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Justiça marca eleição do Vasco para dia 14. Chapas ainda debatem formato

Julio Brant e Alexandre Campello são alguns dos candidatos que estiveram presentes na reunião do Vasco - Thiago Ribeiro/AGIF
Julio Brant e Alexandre Campello são alguns dos candidatos que estiveram presentes na reunião do Vasco Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/11/2020 19h49Atualizada em 04/11/2020 00h54

A eleição do Vasco segue tendo capítulos confusos a cada momento. Poucas horas após uma reunião que contou com todos os candidatos e alguns presidentes de poderes do clube, e que decidiu pelo adiamento da eleição presidencial - marcada inicialmente para o próximo dia 7 - a Justiça acatou uma ação do presidente da Assembleia Geral, Faues Jassus, e determinou que o pleito será 100% online e no dia 14 de novembro.

Mais cedo, candidatos e dirigentes decidiram marcar uma nova reunião nesta quinta-feira (5) para escolher a empresa que irá gerir o voto online. Porém, com a nova liminar judicial, o encontro agora também servirá como uma tentativa de convencimento para que Jassus, mais conhecido como Mussa, opte por uma eleição híbrida, como desejam todas as chapas, menos a "Sempre Vasco", de Julio Brant, que preferiu aguardar um parecer da gestora do sistema virtual a ser contratada.

O imbróglio que resultou no adiamento se deu pois o presidente da Assembleia Geral, Faues Cherene Jassus, o Mussa, havia convocado a eleição de maneira 100% virtual, enquanto que o presidente da Diretoria Administrativa, Alexandre Campello, divulgou outro edital com o pleito sendo integralmente presencial.

O principal motivo - tanto por parte dos candidatos quanto da Justiça - para adiar a data da eleição foi a falta de tempo hábil para a organização da chamada Assembleia Geral Ordinária (AGO).

As ausências na reunião em São Januário foram do presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, do presidente do Conselho Fiscal, Edmilson Valentim, e do presidente da Assembleia Geral, Faues Jassus, que, segundo pessoas próximas, teve pressão alta e foi proibido por seu médico de ir ao encontro.

Reunião teve validade?

As últimas decisões judiciais foram claras em dizer que o único responsável por determinar questões relativas à eleição presidencial é o presidente da Assembleia Geral, Faues Jassus.

Com a Justiça sentenciando que o pleito seja 100% online e no dia 14 de novembro, a tendência é a de que Mussa acate a decisão e mantenha os termos.

Confira a nota oficial da reunião

"Alexandre Campello, Jorge Salgado, Julio Brant, Luiz Roberto Leven Siano e Sérgio Frias, os cinco candidatos à presidência do Club de Regatas Vasco da Gama, se reuniram nesta terça-feira (03/11), em São Januário, e decidiram, por unanimidade, adiarem a Assembleia Geral Ordinária (AGO), que aconteceria no próximo 7. O presidente do Conselho de Beneméritos, Silvio Godói, também presente à reunião, concordou com o adiamento. Os presidentes do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, do Conselho Fiscal, Edmilson Valentim, e da Assembleia Geral, Faués Mussa, não compareceram por motivos particulares.

Ficou decidido ainda que, na próxima quinta-feira (05/11), a partir das 10h, todos os candidatos e o presidente da Assembleia Geral, Faués Mussa, voltam a se reunir em São Januário para ouvir algumas empresas a fim de escolher qual delas irá operar a AGO. Só a partir da definição da empresa, e do tempo que ela irá levar para operacionalizar todo o trâmite necessário, uma nova data para a eleição será definida.

Alexandre Campello, Jorge Salgado, Luiz Roberto Leven Siano e Sergio Frias, além de Silvio Godoi, concordam que a eleição seja híbrida. Júlio Brant, por sua vez, prefere aguardar o parecer da empresa escolhida".

Mussa diz que acatará decisão judicial

Ontem, no fim da noite, Mussa emitiu uma nota oficial confirmando que manterá as determinações judiciais, justificando que uma eleição híbrida exige mais tempo para a estruturação e cadastro dos sócios, o que irá infringir o estatuto, que em seu artigo 58 diz que o pleito precisa ser marcado na primeira quinzena de novembro.

O dirigente também acusou Campello de omissão em não aceitar as sugestões previamente e de tentar se perpetuar no cargo por mais tempo. Confira:

"Vascaínos,

Ao iniciar o processo eleitoral do Club de Regatas Vasco da Gama, sempre lutei por eleições limpas. Contudo, foram inúmeras tentativas de me afastar do cargo de Presidente da Assembleia Geral do Club de Regatas Vasco da Gama, inclusive hoje, dia 03 de Novembro.

Enviei diversos ofícios ao Presidente da Diretoria Administrativa Alexandre Campello no intuito de serem tomadas todas as providências para a realização da eleição. Em nada ajudou, pelo contrário, empurrou os prazos para uma confusão que só interessava a ele.

No dia 20 de Outubro, o Presidente Campello afirmou que a decisão da eleição passava pela presidência da Assembleia Geral. No dia 23, solicitei a contratação da empresa e absolutamente nada foi feito. O Presidente Campello queria o caos. A lista de eleitores, por exemplo, com os anistiados aptos a votar não foi divulgada, contrariando uma decisão da Justiça.

Existe um prazo estatutário que obriga que as eleições aconteçam até dia 15 de Novembro.

Apesar de convocar as eleições para o dia 07, a Justiça determinou que as eleições ocorram dia 14 de Novembro, conforme o Estatuto, e também porque é necessário que o cadastramento dos sócios aptos a votar aconteça e, assim, não existam fraudes.

Forçado pela completa omissão do Presidente Alexandre Campello, não me restou alternativa senão a de convocar eleições on line, onde os sócios vascaínos, depois de se cadastrarem, poderão votar, em processo similar ao realizado na AGE que decidiu pelas eleições diretas.

Para a realização da eleição híbrida é necessário mais prazo do que a eleição apenas online. A empresa escolhida, por exemplo, precisaria montar totens de votação digital para evitar a duplicidade do voto.

Portanto, as eleições serão realizadas on line, no dia 14 de Novembro, porque, ao invés de se buscar o certo, tentaram fazer várias manobras para que as eleições não acontecessem e para manter o Presidente Alexandre Campello no cargo além do seu mandato.

Qualquer coisa no sentido contrário é desinformação.

Faues Mussa Jassus

Presidente da Assembleia Geral"

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