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Palmeiras se irrita e vê silêncio gerar conflito após 2 semanas sem técnico

Maurício Galiotte e Anderson Barros estão sendo criticados na novela por um técnico - Cesar Greco
Maurício Galiotte e Anderson Barros estão sendo criticados na novela por um técnico Imagem: Cesar Greco

Danilo Lavieri e Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

28/10/2020 04h00

A diretoria do Palmeiras está bastante incomodada com a repercussão das duas semanas sem um treinador. Desde que adotou a lei de silêncio e decidiu não falar nada sobre o processo de escolha do sucessor de Vanderlei Luxemburgo, o clube se irritou ao ver diversos candidatos serem citados — alguns que os dirigentes alegam sequer terem sido procurados.

O Verdão argumenta que trabalha com um preferido, mas ainda em sigilo. O temor na diretoria é que essa repercussão faça o futuro contratado ser visto como um candidato que não estava entre os favoritos e tornou-se apenas uma opção por ser viável.

O caso mais recente da novela é o de Gabriel Heinze. Como o UOL Esporte publicou, ele foi contatado na semana passada para saber se tinha interesse em abrir uma negociação. Ontem (27), diversos veículos na Argentina disseram que o treinador, desempregado desde março, não se mostrou interessado em dar sequência à conversa.

O Palmeiras, sem citar nomes, alega que muitos dos treinadores divulgados nos últimos dias sequer estavam em pauta e que não recebeu nenhum "não" oficial. Porém, o presidente do Racing (ARG), Victor Blanco, disse que Sebastián Beccacece recusou uma oferta alviverde.

A decisão de trabalhar em silêncio acabou criando a narrativa — que o clube discorda — de seguidas recusas no mercado da bola. Mesmo quando nomes que não estavam na mira foram citados, especialmente fora do Brasil, o clube manteve a blindagem no departamento de futebol, bloqueando qualquer divulgação de informações.

O fato é que já são duas semanas sem técnico, e a condução da busca por um novo nome é bastante questionada, mesmo internamente. O presidente Maurício Galiotte e o diretor de futebol Anderson Barros são os mais criticados, inclusive com protestos da Mancha Alviverde.

Até no caso de Miguel Ángel Ramírez, o primeiro nome da lista, o clube preferiu não explicar os detalhes depois de viajar com um advogado, trocar minutas e ouvir o comandante do Independiente Del Valle (EQU) mudar a posição e dizer que só poderia assumir após a Copa Libertadores.

Na visão do Palmeiras, caso aceitasse a última imposição, o espanhol seria o novo técnico. Só que o caso gerou desgaste e incômodo, pois o trabalho sempre foi para que o substituto de Luxa assumisse imediatamente.

A partir dessa reviravolta, o clube vasculhou opções na Argentina, Espanha e Portugal. Heinze foi um dos que mais se aproximaram do desejado: um estilo de jogo ofensivo e moderno, bom trabalho com a base e capacidade de recuperar jogadores em baixa. O próximo treinador deverá ter estas características.

Ainda que se considere perto de definir o próximo treinador, o Palmeiras completa hoje duas semanas sem um novo comandante, em um processo confuso e vai começar a decidir a Copa do Brasil com o técnico interino Andrey Lopes à beira do campo.

Amanhã (29), o Alviverde começa a decidir a vaga às quartas de final do torneio de mata-mata diante o Red Bull Bragantino, às 19h, em Bragança Paulista (SP).

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