Quanto o Atlético-MG deixa de faturar por jogar sem torcida no Mineirão?
A pandemia atingiu em cheio os cofres dos clubes brasileiros e trouxe ainda mais dificuldade financeira para o futebol nacional. Com queda acentuada na arrecadação, as equipes precisaram usar a inteligência para faturar, principalmente, pelo fato de os torcedores estarem afastados dos estádios. E dentro dessa perspectiva, o Atlético-MG perde esta oportunidade de aumentar o caixa.
Lutando na parte de cima da tabela do Campeonato Brasileiro, o Galo, que até pouco tempo era o líder da competição, poderia ter faturado uma quantia bem vultuosa com seus jogos como mandante. Isso, claro, se a Covid-19 não gerasse tamanho impacto negativo nos planos econômicos da equipe.
Melhor time em aproveitamento como mandante, o Atlético-MG fez até aqui oito partidas em casa, venceu sete e empatou apenas uma. A campanha do clube na edição 2020 do Brasileirão, certamente, arrastaria uma legião de atleticanos ao estádio. E é por isso que um dirigente estima que o clube perde quantia milionária por jogo com os portões fechados.
Segundo previsões do vice-presidente atleticano, Lásaro Cândido da Cunha, a falta de presença dos torcedores no Mineirão nos jogos do Atlético-MG faz o clube deixar de arrecadar pelo menos R$ 2 milhões por partida.
"Se a gente tivesse o público nos estádios, teríamos no Mineirão, 50, 60 mil [torcedores presentes], R$ 2,5 milhões, R$ 3 milhões em cada jogo. Isso é o que o clube está perdendo. É uma situação delicada, dramática que estamos passando, as empresas de um modo geral. Dentro do possível, estamos tocando, porque o resultado esportivo ajuda muito", disse o dirigente à ESPN Brasil.
A estimativa alta do vice atleticano acontece justamente pelo momento do Galo no Brasileirão. O Alvinegro ainda apresenta uma campanha bem considerável por causa do terceiro lugar, com 31 pontos — contra 34 do líder Inter e do vice Flamengo —, só que com um jogo a menos do que estes adversários diretos.
Bilheteria no Brasileiro 2019
O Galo foi o 13º colocado no Brasileiro do ano passado usando o Independência como sua casa. Contando todos os jogos de 2019 como mandante, o time teve a décima melhor média de público — 19.045 pagantes por jogo, arrecadando quase R$ 18 milhões, com tíquete médio de R$ 24.
O campeão Flamengo, que levou milhares de torcedores ao Maracanã durante a campanha do título, teve tíquete médio de R$ 51 na última temporada e arrecadou R$ 96,9 milhões. A média de público pagante superou 52 mil por jogo em 2019.
Levando em conta os números subjetivos apontados pelo vice-presidente atleticano e a quantidade de jogos disputados até o momento pelo Atlético-MG no Mineirão, só no Brasileirão (oito jogos) o Galo poderia ter faturado algo próximo de R$ 20 milhões. Dados esses levantados a partir da conta realizada pela média dos valores apontados por Lásaro Cândido — R$ 2,5 milhões brutos por jogo. Valor superior ao obtido durante toda a temporada 2019.
Outras receitas
Longe do valor milionário que poderia arrecadar com bilheteria, o Atlético-MG encontrou outras formas de angariar fundos neste complicado 2020. O clube lançou a campanha do "Manto da Massa", com a criação de um modelo de camisa escolhido em sorteio e desenhado por um torcedor. Nesta ação, foram recolhidos quase R$ 20 milhões com 100 mil unidades vendidas.
O programa de fidelidade do clube também avançou consideravelmente. Depois de atingir 50 mil inscritos, a próxima meta é aumentar em dez mil esse número. Só com o Galo na Veia a estimativa é de ganhos de R$ 21,5 milhões.
Além disso, com as vendas de camarotes e cadeiras cativas na Arena MRV, estádio atleticano com inauguração prevista para 2022, o clube espera acumular mais de R$ 200 milhões. O valor, no entanto, será utilizado para as obras da futura nova casa.
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