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Edenilson vira capitão e revê melhor futebol após quase saída do Inter

Edenilson, capitão do Inter, reencontra melhor futebol após quase ser negociado - Ricardo Duarte/Inter
Edenilson, capitão do Inter, reencontra melhor futebol após quase ser negociado Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

21/10/2020 04h00

Edenilson por pouco não deixou o Internacional. O volante de 30 anos foi alvo de investida pesada do Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Sem sucesso, os árabes recuaram após fecharem com Bruno Henrique, ex-Palmeiras. Totalmente focado no Colorado, o jogador ganhou posto de capitão e reencontrou o seu melhor futebol.

Desde que D'Alessandro deixou o time titular, com a lesão de Rodrigo Dourado, a braçadeira de capitão do Inter passou por vários donos. Esteve com Cuesta, Lomba e Lindoso, uma alternância frequente entre os líderes do elenco.

Até que Eduardo Coudet optou por Edenilson. O treinador — em reconhecimento ao que ele significa — concedeu o posto ao meio-campista, que vivia incerteza sobre permanência no Brasil.

Edenilson recebeu oferta financeiramente muito importante do Al-Ittihad. Multiplicaria seu salário, ganharia premiações e balançou para deixar o Colorado. Mas ouviu da direção que os árabes não tinham feito o mesmo esforço para agradar o clube. Nos valores apresentados, o negócio não sairia.

O jogador entendeu o posicionamento da instituição, se sentiu valorizado pelo posto de capitão, optou por permanecer e fechou portas para um negócio que o faria ganhar muito dinheiro.

"Fruto do trabalho, né? Não só do meu, mas coletivamente? Desde que cheguei aqui, sempre demonstrei no dia a dia e sempre respeitei. É normal chegar proposta, a gente fica feliz de ver o trabalho reconhecido, valorizado. Mas a diretoria sempre me deixou tranquilo", disse o marcador.

"Tive uma primeira conversa com o Inter. Chegar a aceitar proposta seria até falta de respeito com o clube que me recolocou no futebol. Conversas são normais? Sempre que chega alguma coisa, a gente conversa abertamente e a diretoria sempre entendeu. A gente entrou em consenso que não era momento, nem para mim nem para o clube", completou.

Foi como se Edenilson tirasse um peso das costas. Desde que a investida saudita teve, fim o jogador reencontrou o futebol que o levou ao radar do treinador Tite para seleção brasileira no ano passado. O gol contra o Vasco, no último fim de semana, completou um crescimento evidente em contribuição com o time.

Além da confiança de Coudet e da relevância em campo, Edenilson também carrega respeito e admiração de companheiros de Inter.

"Sou suspeito para falar porque sou fã dele. Até mesmo antes de vir para o Inter, sempre foi um exemplo para mim. É nosso capitão, um cara diferenciado. Foi importantíssimo para o time ele ter permanecido. É um jogador-chave dentro e fora de campo. Ele tem total confiança do nosso grupo", disse o meia Marcos Guilherme.

"Essa situação de não saber se vai ou não vai mexe com muitas coisas. São coisas que quem acompanha o dia a dia não fica sabendo. Tem negociação, família, vida particular, questão financeira... É difícil manter o nível neste turbilhão. Foi importante ele ter decidido ficar. Para nós, é muito bom, você vê a diferença que ele faz dentro de campo. Sou fã dele, é muito fácil falar do Ed", completou.

O Internacional viaja ao Chile hoje (21). Amanhã, encara a Universidad Católica pela última rodada do Grupo E da Libertadores. Com classificação encaminhada às oitavas de final, o Colorado também pensa no jogo do próximo domingo (25), contra o Flamengo, pela liderança do Brasileirão.

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