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Como Renan Lodi resolveu modelo de Tite e impacta até em futuro da seleção

Lateral-esquerdo deu assistência para o segundo gol, marcado por Firmino ainda no primeiro tempo - Lucas Figueiredo/CBF
Lateral-esquerdo deu assistência para o segundo gol, marcado por Firmino ainda no primeiro tempo Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

10/10/2020 04h00

O lateral-esquerdo Renan Lodi estreou ontem (9) em jogos oficiais pela seleção brasileira na goleada por 5 a 0 sobre a Bolívia pela primeira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar. Substituído por Alex Telles aos 29 minutos do segundo tempo, o camisa 6 participou diretamente de dois gols, com uma assistência e um passe anterior à assistência. Mais do que isso, mostrou que veio para ficar.

Aos 22 anos, o jogador do Atlético de Madri ajudou a tornar bem-sucedido o sistema de jogo idealizado pelo técnico Tite que prevê um dos laterais avançados como um atacante e o outro lateral mais recuado, como um meio-campista aberto. Esse modelo, que leva o time a se posicionar às vezes no esquema tático 2-3-5, teve o sucesso comprovado na Neo Química Arena.

"O fato de ter o Renan Lodi aberto de um lado e o Cebolinha ou Rodrygo abertos do outro dão largura de campo, faz a bola chegar em Neymar, Couto, Firmino, Richarlison ou Ribeiro pelo centro com uma facilidade maior. É simples: você abre mais espaços para poder acionar esses jogadores", justificou Tite, que usa a amplitude do campo para permitir mais espaço de ação aos seus jogadores mais criativos e talentosos.

Não será sempre assim. Há pouco mais de um ano no Atlético de Madrid, depois de brilhar com a camisa do Athletico-PR, o lateral-esquerdo desenvolveu aspectos defensivos de seu jogo. "Aprendi a marcar. Não que eu não sabia, mas precisava evoluir e estou aprendendo muito", disse, na última semana.

Isso significa que Tite, que se definiu em uma declaração recente como "ladrão de ideias" dos treinadores de clubes, pode variar a função de Renan Lodi em um momento futuro, contra adversários que não se limitem a somente defender como a Bolívia. Uma dúvida nascerá quando Daniel Alves retornar às listas de convocações - nos amistosos do segundo semestre do ano passado, quando o treinador começou a montar esse modelo de jogo, era o são-paulino o lateral da última linha, com Alex Sandro mais recuado pelo lado esquerdo.

E com Dani Alves de volta, Lodi terá que jogar mais recuado? É uma resposta para o futuro.

Enquanto Tite não precisa solucionar este assunto, já que a próxima convocação será para jogos em novembro, Renan Lodi tem tempo de se firmar, deixar no passado o apelo por nomes mais experientes, como Marcelo e Filipe Luis, e provar utilidade com a camisa da seleção brasileira.

O próximo desafio é na terça-feira (13), às 21h, contra o Peru.