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Justiça dá prazo ao Vasco para explicar motivo da exclusão dos anistiados

Vasco terá que indicar à Justiça "qual norma contida no estatuto que fundamentou a exclusão dos anistiados" - Paulo Fernandes / Vasco
Vasco terá que indicar à Justiça "qual norma contida no estatuto que fundamentou a exclusão dos anistiados" Imagem: Paulo Fernandes / Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/09/2020 13h27

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) intimou o Vasco a apresentar em cinco dias úteis - após a notificação - os motivos que levaram a Junta Deliberativa a excluir os anistiados da lista de participantes da eleição presidencial que acontecerá no dia 7 de novembro de 2020, também conhecida como Assembleia Geral Ordinária (AGO).

A ação foi movida por dois sócios-gerais que fizeram o processo de anistia em 2015 e 2018, respectivamente, e desde então alegam estarem em dia com suas obrigações de mensalidades. Um é integrante do grupo político "Mais Vasco" e o outro do "Sempre Vasco".

O despacho de hoje (15) pede que o clube indique "de forma clara e objetiva qual a norma contida no Estatuto Social do clube que fundamentou a exclusão dos autores de participarem da Assembleia Geral Ordinária".

Tais sócios afirmam que não há nenhum artigo no estatuto do Vasco que fundamente a exclusão de anistiados em processos eleitorais do clube. No total, 1.314 associados nesta situação ficaram de fora.

Campello é a favor ou contra os anistiados?

A situação imposta pela Justiça forçará o presidente do Vasco, Alexandre Campello, a deixar definitivamente clara sua posição em relação aos anistiados.

Ainda em julho, na reunião da Junta para a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) - que está com a aprovação das eleições diretas sub judice - ele foi contra a exclusão dos mesmos assim como o presidente da Assembleia Geral, Faues Cherene Jassus, mas acabou sendo voto vencido (3 a 2).

Porém, no encontro virtual para definir as regras da Assembleia Geral Ordinária (AGO), assinou a ata que mantinha a exclusão dos anistiados. Na ocasião, Jassus se recusou a assinar.

Em entrevista ao "ge" no último dia 7, Campello foi questionado com a seguinte pergunta: "Se entende que o sócio anistiado tem direito a voto, por qual motivo assinou a ata que diz o contrário?".

O dirigente, então, deu a entender que, mesmo que se posicionasse de maneira contrária, o regulamento não iria mudar:

"É simples. A ata foi feita de maneira sintética. Na realidade, eu ratifiquei ser contra a exclusão dos anistiados. Entretanto, isso já havia sido votado na reunião da AGE. Não fazia sentido voltar a essa discussão, ou seja, ter critérios diferentes para a AGE e AGO. Até porque sabia que não mudaria. O 4 a 1 não aprovou a exclusão, o que foi aprovado foi publicar a lista com aqueles números finais. Entendo que os critérios já tinham sido votados, e eu fui derrotado. Quando o Mussa vota contra, é um voto político. Eu entendi que não deveria, naquele momento, politizar a Junta. A ideia era fazer uma eleição tranquila e transparente. Lamentavelmente, Mussa e os grupos que o acompanham tentam politizar. Não significa absolutamente que sou favorável à retirada dos anistiados. Se pegar o áudio, verá que o Mussa disse que faria uma publicação de inteiro teor. Vão verificar que reiterei a minha posição".

Em 10 de agosto, antes da definição da lista para a AGO, Alexandre Campello utilizou sua conta no Twitter para declarar apoio aos anistiados:

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