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Diniz aciona modo 'sincerão' no SPFC para proteger time: 'Futebol é moedor'

O técnico Fernando Diniz durante treino do São Paulo - Marcello Zambrana/AGIF
O técnico Fernando Diniz durante treino do São Paulo Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

15/09/2020 04h00

Para Fernando Diniz, o sistema do futebol é um "moedor de carne" que não para. Cobrados pela imprensa e torcedores, técnicos viram "idiotas" e jogadores cobrados por falhas. O pensamento do treinador do São Paulo chamou a atenção ao ser exposto em coletiva após o clássico com o Santos, no último fim de semana. Quem convive com o treinador sabe de sua filosofia, mas recentemente ele passou a mostrar ainda mais o seu raciocínio para proteger o time.

Como o Tricolor paulista não conquista um título desde a Copa Sul-Americana de 2012, a pressão é grande no clube. Para complicar ainda mais a situação, o elenco atual conta com muitos jovens, que ainda não têm a experiência suficiente para lidar com tal responsabilidade.

Por isso, o treinador sabe que é importante também deixar claro para o público que está ao lado dos seus pupilos. Após a partida contra o Atlético-MG, por exemplo, mesmo sem ser questionado, Diniz quis destacar o trabalho desenvolvido por Igor Gomes durante a semana de treinamento.

Neste fim de semana, ele sabia que as críticas negativas seriam endereçadas ao goleiro Tiago Volpi, por causa do segundo gol santista. Por isso, ele quis usar Gabriel Sara como referência. Afinal, o meio campista tinha sido bastante questionado recentemente e deu a volta por cima ao deixar a Vila Belmiro como herói do Tricolor por marcar dois gols.

Diniz já trabalha o lado emocional dos seus jogadores desde quando fora contratado pelo São Paulo, em setembro do ano passado. Formado em psicologia, ele gosta de conversar individualmente com os atletas e funcionários.

Antes da pandemia, em um bate-papo informal com os jornalistas, ele demonstrou já a sua preocupação com a formação dos jogadores de futebol, com o trabalho de base. Na visão dele, o Brasil falha na hora de preparar o atleta, por ser se esquecer do ser humano, que deixa a sua casa muito cedo para se dedicar a algo que talvez nem dê certo.

O treinador acredita que o jogador precise tirar esse peso da responsabilidade, da pressão das redes sociais e da torcida, para focar apenas no campo, onde ele realmente pode decidir. O elenco tem visto com bons olhos esse cuidado do comandante, que deve seguir dando os seus recados e tendo as suas conversas com os atletas no CT da Barra Funda.

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