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Desgaste em caso Thiago Neves põe em xeque autonomia de Sampaoli e Mattos

Thiago Neves deixou o Grêmio no mercado da bola e iria para o Atlético-MG, mas negócio melou - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Thiago Neves deixou o Grêmio no mercado da bola e iria para o Atlético-MG, mas negócio melou Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

15/09/2020 04h00

Na última segunda-feira, o Atlético-MG chegou a se acertar com Thiago Neves, ex-jogador do Cruzeiro, mas desistiu da contratação antes mesmo de o jogador chegar a Belo Horizonte para realizar exames médicos, por causa da pressão da torcida. A decisão inesperada coloca em xeque a autonomia da dupla que comanda o futebol do clube: o diretor Alexandre Mattos e o técnico Jorge Sampaoli.

Hoje, o treinador argentino é quem se responsabiliza pelas indicações de reforços ao clube. Foi ele quem solicitou as contratações de todos os nove atletas que chegaram à Cidade do Galo no mercado da bola. O diretor de futebol se encarrega de avalizar os nomes e liderar as tratativas. Foi o que ocorreu em todos os casos anteriores.

Sampaoli repetiu a postura no caso Thiago Neves, que rescindiu com o Grêmio nesta semana. E, assim, como em outras sugestões, o diretor de futebol avalizou o negócio envolvendo o jogador de 35 anos.

Com tudo certo para o jogador chegar a Belo Horizonte na manhã de hoje (15), a diretoria recuou no negócio. A dupla, elogiada nos últimos tempos pelos reforços e também pela campanha no início do Brasileirão 2020, sofreu pressão por causa do acerto com Thiago Neves e viu a autonomia à frente da equipe agora contestada.

A revolta se dá por causa das reações do meia-atacante no período em que defendeu o Cruzeiro, entre 2017 e 2019. Em sua passagem pela Toca da Raposa II, o atleta provocou insistentemente o arquirrival durante as conquistas celestes.

A dupla que domina os bastidores da Cidade do Galo já havia até divergido sobre negociações, o que não ocorreu no caso Thiago Neves. Um exemplo foi a situação de Alexandre Pato. Sampaoli era favorável à contratação do atacante, mas o departamento de futebol descartou o negócio por considerar o atacante um atleta de alto custo-benefício.

Na situação envolvendo Thiago Neves, um desafeto declarado da torcida atleticana, o dirigente deu aval ao pedido do treinador e costurou a negociação com o estafe do meia-atacante.

O acordo culminou em posicionamento oficial da Galoucura, a principal organizada ligada ao clube de Belo Horizonte. O presidente da torcida, Josimar Júnior de Souza Barros, se manifestou sobre a situação e fez duras críticas à cúpula.

"Salve, salve, rapaziada. Josimar aqui, presidente da Galoucura. Venho falar aqui do posicionamento da nossa torcida, entendeu? Da Galoucura, e creio de todas as outras organizadas do Galo, de todos os atleticanos. A gente é contra. É inadmissível a hipótese desse Thiago Neves, esse safado, vestir a camisa do Atlético, entendeu? A gente entende que vários clubes têm uma rivalidade com um jogador, com outro, e às vezes até um jogador veste a camisa do rival. Mas esse cara aí passou de todos os limites, desrespeitou a torcida do Galo. Então, esse pilantra não pisa e não veste a camisa do Galo, não. Nós, torcedor, nós que manda no Clube Atlético Mineiro. É a gente que vai no estádio, que paga ingresso, nós que tem o amor (sic)", disse o torcedor.

"Dirigente, presidente, funcionário é tudo passageiro. Vamos ver o decorrer disso aí, mas nós é contra, nós não aceita esse safado aqui. Inadmissível esse cara pelo menos sonhar em vestir a camisa do Atlético. Isso aqui é pesado demais pra qualquer um vestir, ainda mais esse pilantra aí. Isso aí é um posicionamento da Galoucura. Contamos com todas as organizadas, todos os atleticanos. Nós não vamos deixar esse cara vestir a camisa do Atlético, não. Esse é um posicionamento da Galoucura, e creio que de todos os atleticanos de verdade", acrescentou.

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