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Palmeiras vê 'linha de montagem' na base ganhar espaço com personalidade

Wesley, Gabriel Silva, Patrick de Paula e Esteves, garotos promovidos do Palmeiras - Cesar Greco
Wesley, Gabriel Silva, Patrick de Paula e Esteves, garotos promovidos do Palmeiras Imagem: Cesar Greco

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

09/09/2020 04h00

O desempenho dos garotos do Palmeiras no profissional criou uma brincadeira interna, de que o clube tem uma "linha de montagem" de jogadores na base. Com Danilo sendo o estreante mais recente, Vanderlei Luxemburgo bateu um recorde: é o técnico no século 21 que mais promoveu atletas das categorias inferiores em uma temporada. Foram sete até agora - Danilo, Gabriel Menino, Patrick de Paula, Alan, Angulo, Wesley e Gabriel Silva.

Após anos com bons resultados no departamento amador, mas sem uso no profissional, o Palmeiras agora se sente seguro para escalar jogadores já moldados para o estilo que quer, especialmente pela personalidade para entrar e atuar com desenvoltura, como tem ocorrido. João Paulo Sampaio, coordenador das categorias de base e um dos responsáveis por este momento, explicou por que o trabalho está dando frutos.

"Nos últimos anos, a gente fez [jogadores] e aproveitou pouco. O caminho que está sendo feito é ter gerações talentosas. É ruim quando você tem só um bom sub-20. Aqui é o contrário. Nos últimos três anos, o Palmeiras tem resultados do sub-11 ao sub-20. Como a gente brinca, entrou na linha de montagem. Uns vão se sair melhor que outros, mas todos sabem a característica de jogo do clube, a personalidade que precisam ter. Eles aprendem isso com os processos, as viagens internacionais e até jogos com torcida", explicou João Paulo Sampaio ao UOL Esporte.

"A gente precisa saber nossa essência. A gente motiva os garotos desde o sub-11, coloca para treinar em favelas para voltar às origens da criatividade, às origens de futsal. Tem que saber que a gente não pode perder a essência do drible, de que pode decidir o jogo. O jogo veloz, as mudanças táticas, o mundo faz. Mas temos também que encorajar o Patrick de Paula a sair jogando ali na frente do goleiro, o Danilo também. E eles vão fazer isso. Não podemos podar a criatividade", acrescentou.

Atacantes como Veron e Wesley estudam uma cartilha em que são incentivados a buscar jogadas individuais, o drible, lances velozes. No meio-campo, o Verdão tem formado jogadores que tanto sabem marcar quanto possuem boa saída de bola. Isto é resultado de uma metodologia na base, de fazer todos os garotos atuarem em três posições diferentes durante sua formação. Patrick e Danilo, por exemplo, eram meias e foram recuados.

Em uma temporada com apenas duas contratações (Viña e Rony), a base tem ganhado cada vez mais espaço. Consequentemente, há a expectativa de gerar cifras que até pouco tempo estavam fora da realidade alviverde. Não sem antes conseguir resultados técnicos. Nos últimos dois anos, Patrick de Paula e Gabriel Veron já foram bastante procurados, mas a diretoria preferiu mantê-los.

"O maior resultado é os meninos saírem daqui campeões, como o Gabriel Jesus [atualmente no Manchester City]. Hoje temos Veron, Patrick de Paula, Gabriel Menino, que se consolidaram no Paulista. Se sair, vai deixar um legado, uma história no Palmeiras. Quando se fala no Jesus vem a marca do Palmeiras junto. Isto não tem preço. Além de que o custo é muito menor quando um menino joga no profissional. Ajuda o clube a ser mais saudável financeiramente", analisou Sampaio.

Amanhã (10), o Verdão enfrentará o Corinthians, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro e a grande expectativa é pela entrada de mais um garoto entre os titulares. Após 40 dias fora por lesão, Gabriel Veron foi decisivo na virada sobre o Red Bull Bragantino e disputa posição com Wesley para o Dérbi.

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