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Ronaldinho Gaúcho recebeu proposta para fugir do Paraguai, diz advogado

Ronaldinho Gaúcho, na chegada ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, após deixar o Paraguai - REUTERS/Ricardo Moraes
Ronaldinho Gaúcho, na chegada ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, após deixar o Paraguai Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes

Do UOL, em São Paulo

26/08/2020 20h22

Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis Moreira, passaram cinco meses detidos no Paraguai sob a acusação de uso de passaporte com conteúdo falso para entrarem no país. A dupla chegou ao Brasil ontem em voo privado e, aos poucos, detalhes da polêmica prisão começam a ser revelados.

Sérgio Queiroz, advogado responsável pela defesa da dupla, afirmou em entrevista à coluna do jornalista Guilherme Amado, publicada na Época, que Ronaldinho foi coagido, recebeu propostas para fugir do Paraguai por vias terrestres e que intermediários chegaram a pedir 1 milhão de dólares (quase R$ 5,6 milhões) para que o processo fosse encerrado.

Queiroz contou detalhes da oferta de fuga e ressaltou que Ronaldinho nunca cogitou deixar o Paraguai antes do fim do processo.

"Ofereceram a Ronaldinho que ele saísse do Paraguai, por via terrestre até a Argentina ou até o Brasil antes que saísse a ordem de prisão que o deixou preso por seis meses no Paraguai. Ele se negou. Isso aconteceu no dia 6 de março. Ofereceram a ele retornar diretamente ao Brasil, via terrestre, de carro. E Ronaldo disse que não. Disse: 'Se tem algum problema, vou esperar. Nunca vou sair daqui pela janela. Entrei pela porta da frente e vou sair pela porta da frente'. E ficou lá", revelou.

O defensor de Ronaldinho também afirmou que não houve pedido de propina, mas ofertas de interessados em resolver a situação deles com a justiça.

"Existiam muitos aventureiros, intermediários que chegavam vendendo todo tipo de facilidade. Pedidos de dinheiro para resolver tudo. Houve quem pedisse US$ 200 mil, US$ 300 mil e até um pedido de US$ 1 milhão", explicou.

O advogado ainda afirmou que os passaportes falsos foram produzidos pelo próprio governo paraguaio e que estuda processar o país vizinho.

"Ele está com um grande sentimento de injustiça. Ronaldo foi a vítima. Ele foi usado como cortina de fumaça pelas autoridades paraguaias para encobrir algo maior. Os dois não sabiam que o passaporte que as pessoas que lhes convidaram para o Paraguai haviam conseguido para eles era falso", afirmou.

Ronaldinho foi libertado ontem por um juiz paraguaio depois de passar mais de cinco meses preso, acusado de usar um passaporte paraguaio falso quando entrou no país em 4 de março.

O ex-jogador do Barcelona, PSG e Milan, entre outros, e Assis, também libertado no mesmo caso, passaram um total de 171 dias presos, sendo que eles ficaram os últimos 140 em um hotel de quatro estrelas na capital paraguaia que foi usado como prisão domiciliar.