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OPINIÃO

Mauro: "Alguém vai para a rua comemorar jogador eleito melhor do mundo?"

Do UOL, em São Paulo

26/08/2020 04h00

Durante os dias que antecederam a final da Liga dos Campeões, vencida pelo Bayern de Munique diante do Paris Saint-Germain, a discussão girava em torno de uma disputa pelo prêmio de melhor jogador do mundo da Fifa, com a possibilidade de Neymar vencer no caso de título, em uma disputa com o polonês Robert Lewandowski, centroavante do clube alemão e artilheiro da competição europeia.

No podcast Posse de Bola #50, o jornalista Mauro Cezar Pereira diz que o prêmio The Best da Fifa é uma das coisas mais chatas do futebol, que é um jogo coletivo, e questiona se algum torcedor comemora quando o jogador de seu time é eleito pelo colegiado da entidade.

"Alguém vai ficar feliz e sair para a rua comemorar porque o jogador do seu time foi eleito o melhor do mundo? Eu nunca vi isso. O cara vai encher a cara a noite inteira, comemorar, 'o craque do meu time foi o melhor do mundo'. Não, ninguém faz isso. Isso é coisa de fanzoca, o torcedor de futebol, ele quer torcer pelo time dele", afirma Mauro Cezar.

"Quando isso assume uma proporção como assumiu aqui no Brasil, é um negócio de maluco isso, cara. E assim, o cara não tem entendimento de como as coisas funcionam. Primeiro, o colégio eleitoral da Fifa é um negócio muito questionável, tem várias bizarrices ali que parece peça de comédia. Como é que você vai ganhar esse prêmio? Vai ter que mostrar para aquele povo todo que você foi bem em algo que te dê visibilidade. Muito se falava isso em 1997, quando o Edmundo jogou muito bem pelo Vasco e não concorreu por quê? Porque ninguém vê o futebol brasileiro. Já não via há 23 anos e hoje continua sem ver", completa.

Neymar não jogou o máximo que pode nas finais

Mauro destaca ainda que Neymar foi protagonista em muitos momentos da carreira e teve boas atuações na reta final da Liga dos Campeões, mas não demonstrou em nenhum dos jogos em Lisboa estar jogando em sua capacidade máxima. Além de criticar o fato de em alguns instantes se falar mais no prêmio da Fifa do que no título que estava em jogo na final.

"Já mostrou capacidade de ser um jogador decisivo mas não foi dessa vez. Não só nesse jogo, como em jogos anteriores que ele também não jogou tudo o que pode. A maneira como esse jogo foi tratado, a expectativa com relação ao Neymar dava a sensação para quem não estava acompanhando os jogos de que o Neymar foi decisivo e comeu a bola nos jogos anteriores. Não foi. Ele não foi, ele fez até bons jogos, mas ele não jogou perto do sue máximo, aquilo que você fala 'jogou a partida da vida', longe disso", afirma o jornalista.

"Se o Lewandowski fosse brasileiro e não polonês, a discussão seria o que? Lewandowski é melhor que o Ronaldo? É melhor que o Romário? É melhor que o Reinaldo? É melhor que o Careca? Qual a diferença dele para esses grandes atacantes, camisas 9 brasileiros, em que ele lembra o Ronaldo, ele lembra o Romário em alguma coisa? E outros grandes 9 que o Brasil teve seriam lembrados e ele seria comparado. Como ele é polonês, parecia que ele era apenas o adversário do Neymar", conclui.

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