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Messi fora do Barcelona? 5 questões que precisam ser respondidas

Lionel Messi lamenta um dos gols sofridos pelo Bayern contra o Barcelona, em jogo da Liga dos Campeões - Michael Regan - UEFA
Lionel Messi lamenta um dos gols sofridos pelo Bayern contra o Barcelona, em jogo da Liga dos Campeões Imagem: Michael Regan - UEFA

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Lisboa (POR)

16/08/2020 22h04

Após a eliminação vexatória para o Bayern de Munique (ALE) nas quartas de final da Champions League, o Barcelona (ESP) vive dias de incerteza quanto ao futuro de Lionel Messi. O clube catalão já teve de responder sobre a possível saída do camisa 10, bastante abatido depois da goleada sofrida para os alemães. O sonho da diretoria, porém, é manter o argentino neste processo de reformulação prevista depois do 8 a 2.

Hoje (16), o jornalista Marcelo Bechler, do Esporte Interativo, publicou que o jogador já comunicou o desejo de sair nesta próxima janela de transferências. O Barça, por sua vez, tem a favor a pesada multa rescisória de 700 milhões de euros (cerca de R$ 4,5 bilhões), mas o cenário não é simples. O UOL lista as cinco principais questões que envolvem a decisão do craque de 33 anos de idade de continuar no clube em que nasceu, ou buscar, enfim, novos ares.

Ambiente pesado pós-vexame

Pela primeira vez desde 2008, o Barcelona terminou uma temporada sem títulos, e para piorar com a derrota histórica para o Bayern. As manifestações do presidente Josep Maria Bartolomeu foram prometendo mudanças - a primeira já anunciada hoje (16): a saída do técnico Quique Setién. O zagueiro Piqué, um dos líderes do vestiário, também teve um discurso forte, dizendo que "se tiver que sangrar" é o primeiro a sair. Messi, se ficar, terá de aguentar um processo de reformulação com clima bastante pesado.

Dificuldades financeiras para contratar

O Barcelona tem problemas de caixa que dificilmente deixarão o clube contratar nomes de peso para a temporada que vem. O meio-campista Pjanic, por exemplo, foi adquirido da Juventus (ITA) por pelo menos 60 milhões de euros (R$ 366 milhões) e terá sua compra colocada no balanço financeiro apenas da temporada que vem. Já a venda de Arthur para a Juve, por 72 milhões de euros fixos (R$ 436 milhões), mais variáveis, foi acelerada para entrar no balanço desta temporada.

Os outros reforços certos são: o brasileiro Matheus Fernandes, ex-Botafogo e Palmeiras, o jovem português Trincão, além de Pedri, meia-atacante de 17 anos do Las Palmas (ESP). Messi sonhou com o retorno de Neymar ao clube, o que não vai acontecer. Ou seja, a previsão é que o elenco a curto prazo não consiga grandes resultados. Ele, portanto, teria de aguentar mais um ano sem conseguir competir de fato com as principais equipes da Europa.

Quem pode pagar sua multa rescisória?

A grande vantagem do Barcelona é a multa de Messi. O camisa 10 poderia ter deixado o clube de graça se comunicasse a decisão até o dia 31 de maio, o que não ocorreu. Agora, então, vale a multa de 700 milhões de euros, uma quantia muito acima dos maiores negócios já feitos no mercado europeu. Há, ainda, os efeitos da pandemia do coronavírus, que diminuiu as receitas mundialmente, inclusive no futebol.

Possivelmente, caso surja um interessado, o Barça teria de estar disposto a negociar a quantia. Cristiano Ronaldo, por exemplo, foi vendido do Real Madrid para a Juventus por 100 milhões de euros, e Neymar trocou o próprio Barça pelo Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros. Seria necessário encontrar, portanto, um clube disposto a pagar provavelmente um valor acima do mercado, além dos salários altíssimos do craque argentino.

Aliados correm o risco de deixar o clube

Messi é bem ligado a Jordi Alba e Luís Suárez, e os nomes dos dois estão sendo bastante citados como possíveis saídas na próxima janela. Seria mais um golpe no argentino, que perderia alicerces do dia a dia, inclusive fora do clube, no momento da mais grave crise em sua passagem.

Um técnico para agradá-lo?

Com a saída de Quique Setién, o Barcelona segue a rotina de troca frequente de treinadores. O ex-comandante do Betis chegou sob a expectativa de fazer o time catalão voltar a apresentar um futebol envolvente, mas não foi o que aconteceu. Messi, defensor do antecessor Ernesto Valverde, chegou a criticar o trabalho publicamente e até ignorou as instruções da última comissão técnica.

O nome do próximo técnico terá também influência na decisão do meia-atacante. Ronald Koeman, treinador da seleção holandesa, tem sido bastante citado desde a eliminação na Champions, assim como Maurício Pochettino, conterrâneo de Messi. Mas o argentino, que alguns podem ver como um nome que agradaria ao craque, no passado deu declarações que desagradaram a torcida do Barça. Este pode ser um empecilho para sua contratação.