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Mauro: "Pelo que joga, Palmeiras não corresponde à expectativa da torcida"

Do UOL, em São Paulo

11/08/2020 04h00

O Palmeiras conquistou o título paulista depois de 12 anos, novamente sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, mas o futebol apresentado pelo time não foi o prometido no momento da contratação do experiente treinador. Quando regressou ao Alviverde, Luxa apontava para um time ofensivo e com posse de bola, mas ainda não conseguiu vencer nesta temporada nenhum jogo contra os clubes de Série A do Brasileiro.

No podcast Posse de Bola #46, o jornalista Mauro Cezar Pereira afirma que o futebol que o Palmeiras campeão paulista jogou não vai satisfazer a expectativa dos torcedores caso não haja mudanças e a equipe não evolua para a disputa do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e a sequência da Copa Libertadores.

"Jogando o que está jogando, acho que não vai corresponder às expectativas, não só dos palmeirenses, mas gerais com relação ao elenco. É um dos elencos mais fartos do país, mas e o futebol apresentado, o que existe ali de trabalho da comissão técnica? Eu acho que nada praticamente, praticamente nada. O que tem de bom ali? O que o Palmeiras faz bem? Cria muitas situações, troca bem passes, pressiona bem no campo do adversário, se defende bem? Não tem nada que ele faça de forma brilhante", diz Mauro.

O jornalista cita como exemplo a forma como o Palmeiras jogou com o Corinthians quando tinha a vantagem no placar na final do Paulistão, sem pressionar o rival para fazer o segundo gol e definir o resultado, o que culminou na oportunidade para o empate nos acréscimos, em um pênalti cometido por Gustavo Gómez em Jô.

"No jogo do sábado, quando ele [Luxemburgo] começou a fazer aquelas mudanças, colocar jogadores de característica, meio-campistas mais técnicos, Scarpa, Lucas Lima, Veiga, você imagina o que? O Palmeiras vai ficar com a bola, vai cozinhar aqui o jogo, tem o Rony para uma jogada ou outra de velocidade, e vai levar esse jogo aqui sem correr nenhum risco. Não, o Palmeiras se entrincheirou, o Corinthians horroroso, um time moribundo em campo, se arrastando", critica Mauro.

"E conseguir tomar um gol ainda, é inacreditável. Quando eu vi aquilo, eu falei 'não é possível, o Palmeiras vai conseguir tomar um gol desse Corinthians que se arrasta em campo?'. Aliás, muitos méritos, de fato, para o Jô, porque o Jô conseguiu tirar um coelho da cartola. Ele na manha ali, quando dominou, o Gustavo Gómez veio inocentemente, também inconcebível a falha do zagueiro paraguaio, jogador experiente, num lance daquele. Deu o tapa, pênalti e empata o jogo, é inacreditável",completa.

Mauro lembra que o Palmeiras chegou a procurar o argentino Jorge Sampaoli antes de decidir pela contratação de Luxemburgo e ressalta que com o atual treinador do Atlético-MG, a história do jogo do último sábado seria diferente.

"Quando faz o gol, fosse o Sampaoli, que o Palmeiras não contratou, primeiro que não estaria jogando essa bolinha. Mas imaginemos que o Sampaoli entrasse no intervalo, só na conversa no vestiário, depois daquele gol aos 4 minutos — aliás, belíssima cabeçada do Luiz Adriano e um erro também ali, o Viña teve 1 hora e meia para pensar no que fazer antes de cruzar, todo espaço do mundo, e cruzou muito bem —, o time ia continuar pressionando o Corinthians no campo dele, ia fazer o segundo, talvez o terceiro e matar o jogo", afirma Mauro.

"O Corinthians estava morto, estava entregue, era acabar ali. Aí não, ele pressionou uns 3 ou 4 minutos e depois ele recuou e ficou se defendendo. O que é isso, gente? Que futebol é esse? Com um elenco melhor, você jogando contra o seu grande rival, e o detalhe, era um Corinthians para ser jantado pelo Palmeiras, o Corinthians estava servido ali no prato para o Palmeiras. E conseguiu empatar para ganhar sofrendo nos pênaltis, inacreditável", conclui.

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