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Médico da CBF fala de evoluir logística, mas confia no trabalho do Einstein

Jorge Pagura (d) concede entrevista ao lado do diretor de competições da CBF, Manoel Flores (e) - Pedro Ivo Almeida/UOL
Jorge Pagura (d) concede entrevista ao lado do diretor de competições da CBF, Manoel Flores (e) Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

José Eduardo Martins e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em São Paulo

09/08/2020 17h55

O imbróglio que culminou no adiamento da partida entre Goiás e São Paulo pode provocar mudanças nos procedimentos dos clubes neste Brasileirão, que é realizado durante a pandemia do novo coronavírus. Dez jogadores do time goiano testaram positivo para Covid-19 e, como consequência, o jogo, que estava previsto para este domingo, foi postergado. O médico da CBF, Jorge Pagura, falou sobre possíveis mudanças no processo logístico, mas descartou a hipótese de alterar o acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, responsável pelos exames.

"Isso não [mudar o acordo com o Einstein]. O Einstein continua merecendo a nossa confiança. Tanto que a checagem deu positiva. O que podemos fazer é um rearranjo da situação, fazer um sistema hibrido parte daqui e parte do laboratório local", afirmou o médico, em entrevista ao UOL Esporte.

O jogo deste domingo seria no Estádio Hailé Pinheiro e, após a liminar que pedia o adiamento ser aprovada pelo STJD, ainda não há uma previsão de quando será realizada. De acordo com o Goiás, 26 jogadores concentrados para o jogo fizeram testes na última sexta (7), mas os resultados foram divulgados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao Goiás apenas hoje, dia do jogo.

"Os problemas de logísticas estão sendo resolvidos. Se você pegar a Copa do Nordeste, não teve nenhum problema no final. Só tivemos 20 positivos no início e, depois mais nada. Vamos aperfeiçoando. Estamos trocando o pneu com o carro andando. Está detectada essa questão de hoje. Estamos trabalhando direto, mas outros problemas devem surgir durante o campeonato, estamos falando de muitos jogos", reconheceu Pagura.

Em nota oficial, o Goiás disse ainda que os jogadores que apresentaram resultado positivo para Covid-19 estavam juntos com atletas que tiveram resultado negativo, o que aumenta a chance de que a contaminação seja ainda maior. Na contraprova, nove jogadores ainda testaram positivo. Por isso, esses atletas deverão ficar dez dias em quarentena.

"Esses atletas que estão assintomáticos deverão ficar dez dias de quarentena. Está tudo muito claro na diretriz do campeonato. Os sintomáticos deverão ficar 14 dias em quarentena", completou Pagura.

Ao UOL Esporte, o vice-presidente do Goiás, Mauro Machado, explicou a situação. "A CBF designou um laboratório em Goiânia (terceirizado pelo Einstein), foi feita uma coleta na quinta-feira, com a promessa de entregar na sexta. Na sexta fomos comunicados de que as amostras foram danificadas. De alguma maneira, eles inviabilizaram o exame. Fizeram uma outra coleta e teriam de entregar até ontem 16h. E só disponibilizaram hoje. Há um dado curioso também nestes exames: um dos jogadores que testaram positivo desta vez já tinha testado positivo em maio e cumprido a quarentena", disse o dirigente.

Confira a nota do Einstein:

O Hospital Israelita Albert Einstein identificou uma falha técnica na coleta das amostras, feita em um laboratório parceiro em Goiás, para realização de teste RT-PCR em atletas e equipes dos clubes Vila Nova e Goiás. Solicitou, portanto, novas amostras antes do processamento dos exames. Elas foram refeitas e encaminhadas para análise no laboratório do hospital em São Paulo, sem nenhum prejuízo aos prazos estabelecidos para apresentação dos resultados.