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OPINIÃO

Guia do Brasileirão: Corinthians - Uma grande incógnita

Rodrigo Coutinho

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

05/08/2020 04h00

Tiago Nunes fez um trabalho excelente no Athletico-PR. Conquistou títulos, produziu uma equipe de futebol agradável e vertical. Buscando novos ares e um modelo de futebol repaginado, a diretoria do Corinthians o contratou para conduzir a reformulação. Buscar um padrão ofensivo e agradável aos olhos de todos, além de um time vitorioso, é a principal missão do treinador.

É preciso considerar todos os problemas administrativos do Corinthians e as mudanças que o elenco sofreu recentemente. Ao mesmo tempo que Jô e Éderson mostram-se acréscimos muito importantes, o plantel perdeu opções de reposição em diversas posições. Tiago fez muitas mexidas em detalhes do modelo ofensivo. Falaremos sobre eles logo abaixo. Tem faltado mais sequência e o desenvolvimento das ideias para o time encorpar.

Ficha técnica:

Títulos: sete

Expectativa: Briga pelo G4

Posição em 2019: 8º Lugar

Números em 2020 com o time principal (Até o dia 04 de agosto)
16 Jogos
7 Vitórias
5 Empates
4 Derrotas
20 Gols Pró (1,25 p/jogo)
12 Gols Contra (0,75 p/jogo)
Artilheiro na Temporada: Boselli (6 gols)

Time-base

Time-base do Corinthians - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Como ataca

Saída de bola do Corinthians de Tiago Nunes - Arte UOL - Arte UOL
Na saída de bola, um dos volantes ''lateraliza'' o posicionamento para compensar o avanço de Fagner, que já se mandou para o campo de ataque.
Imagem: Arte UOL

O princípio do trabalho corintiano em 2020 é ter a posse de bola, e construir os ataques através de uma ocupação de espaços mais planejada no campo ofensivo para trocar passes curtos. Isso começa na saída de bola. Há a aproximação dos volantes em relação à dupla de zagueiros e Carlos mais fixo na lateral-esquerda. Fagner já se projeta um pouco mais a frente e um dos volantes faz a compensação para a direita, visando estabelecer mais uma linha de passe.

Deslocament de Fagner e Ramiro pela direita - Arte UOL - Arte UOL
Legenda: Fágner sempre ocupando o corredor pela direita, Ramiro flutuando e Everaldo mais aberto. Percebam a diferença de posicionamento entre Carlos e Fagner.
Imagem: Arte UOL

Ramiro flutua para o centro, vai atuar na mesma região de Luan, entre o meio e a defesa adversária, formando muitas vezes um quadrado na região central juntamente com os volantes. Pelo lado esquerdo, a postura do ponta do setor varia de acordo com suas características. Se for Everaldo ou outro atleta agudo, fica mais aberto, dando amplitude ao time por lá. Se for Mateus Vital ou um jogador com perfil de articulador, faz o mesmo movimento de Ramiro e abre o ''corredor'' para a ultrapassagem de Carlos.

Todos esses mecanismos precisam de aprimoramento. Geralmente a estratégia é estabelecer um troca de passes pela região central do gramado é acionar em uma inversão de jogo os laterais atacando a linha de fundo. Fagner é muito requisitado assim. A entrada de Jô na equipe também oferece a opção de mais passes para o ótimo papel de pivô que o centroavante costuma fazer, além de um jogo mais direto em algumas ocasiões. Éderson deu agressividade ao meio-campo e o retorno de Cantillo deve melhorar a iniciação das jogadas.

Como defende

Corinthians se defende com duas linhas de quatro e marca por zona - Arte UOL - Arte UOL
Corinthians se defende com duas linhas de quatro e marca por zona
Imagem: Arte UOL

Já em fase defensiva, o time não tem grandes problemas. A equipe segue marcando por zona, quando cada atleta defende o seu setor no campo sem perseguições fora deste espaço. A intensidade na abordagem de marcação não é tão alta por parte de alguns jogadores, mas o bom posicionamento geral acaba compensando, principalmente a disciplina tática dos atletas que recompõem pelos lados no setor de meio-campo.

E o que mais?

- Mesmo com poucos jogos e pouco tempo de clube, Éderson já está empatado com Luan na vice-artilharia da equipe na temporada com três gols.

- Fagner é o líder de assistências do elenco. 30% dos passes para gol saem de seus pés.

- Boselli perdeu espaço com a chegada de Jô, mas 40% dos gols da equipe tem participação direta dele, seja balançando a rede ou servindo os companheiros.

- 40% dos gols da equipe são marcados em fase ofensiva. 30% em contra-ataques.

- O Timão precisa melhorar suas transições defensivas. 41% dos gols sofridos acontecem em contra-ataques rivais

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