Conselho Fiscal do Atlético-MG faz ressalvas em viagens e doação de terreno
As contas do Atlético-MG de 2019 foram aprovadas por unanimidade pelo Conselho Deliberativo na noite de ontem (31), mas o Conselho Fiscal fez algumas ressalvas sobre os números apresentados no segundo ano da gestão de Sérgio Sette Câmara. Os gastos com viagens — avaliados em R$ 10 milhões, conforme antecipado pelo UOL — e a doação do terreno por parte de Rubens Menin para a construção da Arena MRV foram pontos abordados internamente.
O primeiro aspecto questionado foi o valor desembolsado em jogos como visitante. Foram gastos R$ 5,2 milhões em viagens internacionais em 2019, contra R$ 360 mil em 2018. O Galo fez seis jogos a mais de um ano para o outro fora do país. Gasto médio no ano passado foi de R$ 742 mil por jogo. Mais que o dobro de uma temporada para a outra. Depois de todas as explicações da cúpula, que alega as idas para fora do país como principal fator para o aumento dos custos, o Conselho Fiscal recomendou a revisão da política de comitivas com o intuito de diminuir as despesas com viagens. Há a ideia de aumento da concorrência de agências e até a construção de um setor que faça contato direto com hotelaria, companhias aéreas e empresas de transporte terrestre.
Outro ponto que se tornou ressalva do Conselho Fiscal foi a doação do terreno para a construção da Arena MRV. O clube apresentou deficit de cerca de R$ 21 milhões em 2018. O valor caiu para R$ 5 milhões em 2019. Contudo, se não fosse a doação das cotas do capital social do estádio de R$ 49 milhões, o prejuízo seria de R$ 54 milhões. A observação explica que os números negativos poderiam culminar em restrição no Profut e que a realização da doação, em 27 de dezembro do ano passado, foi o que impediu o ocorrido.
Em que pese todas as apresentações do Conselho Fiscal, os participantes da reunião — cerca de 150 conselheiros — votaram pela aprovação das contas. Houve unanimidade no caso.
Sérgio Sette Câmara, mandatário do Galo, está em seu atual cargo desde janeiro de 2018. No ano passado, na votação das contas de seu primeiro ano à frente do clube, ele recebeu apenas um voto negativo sobre as contas, de Márcio Cadar. O conselheiro, contudo, foi retirado do grupo meses mais tarde.
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