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Coudet espera 'hora certa' e monta estrutura para lançar promessas do Inter

João Peglow comemora gol pela seleção brasileira no Mundial sub-17 - SERGIO MORAES/REUTERS
João Peglow comemora gol pela seleção brasileira no Mundial sub-17 Imagem: SERGIO MORAES/REUTERS

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

31/07/2020 04h00

Eduardo Coudet espera o melhor momento para lançar os jovens valores do Internacional. E o tempo certo não diz respeito apenas ao amadurecimento deles, mas ao coletivo. O treinador argentino entende que a estrutura precisa estar sólida para que peças individuais não se percam.

O trabalho com jogadores mais novos é uma das especialidades dele. Coudet participou da formação de atletas importantes, como Franco Cervi, Lo Celso e Lautaro Martínez. No Inter, os que despontam no momento são Praxedes e Peglow.

"Não falta nada para eles serem aproveitados, mas precisam seguir trabalhando. São jovens e vão nos ajudar muito dentro de uma estrutura, não dando a eles responsabilidade demais. Quando tenhamos uma estrutura completa, com todos, experientes, vão entrar sem responsabilidade em excesso. Esta é a ideia. Não vamos apressar os processos", disse o treinador.

Logo que chegou, Coudet já mostrou sua ideia de aproveitamento dos mais novos. Ainda que Rodrigo Moledo tenha sido um dos destaques da temporada passada, ele promoveu imediatamente o ingresso de Bruno Fuchs no time principal. E a participação dele tem sido importante, principalmente na saída de bola, desde então.

"Não gosto de individualizar, minha forma de pensar, de sentir o futebol mostra isso. Gosto que meus times joguem assim, com uma saída limpa de trás. Seguramente vamos seguir trabalhando para isso, para ajudar toda construção do time", acrescentou.

Com Praxedes e Peglow, ambos de 18 anos, o processo ainda está no início. O primeiro participou do título da Copa São Paulo no começo deste ano. O segundo se destacou pela seleção brasileira sub-17 na conquista do Mundial da categoria.

"Eles vêm trabalhando e vão jogar quando tudo estiver pronto, para que estejam cômodos. Eu converso muito com eles. São jovens, e o que eles não podem é escutar o que se fala na imprensa. Quando se debate por que não jogam, ou por que joga um ou outro. Não vamos apressar os processos", repetiu.

Além do trabalho coletivo para que o talento deles possa aparecer, Coudet prepara o lado psicológico dos meninos, que receberão cobrança cada vez maior.

"Em qualquer clube, aqui e em todo mundo, os problemas começam a surgir quando vem a pressão da imprensa, da torcida... Quando se deixa de chamar o jogador pelo nome e se chama por milhões. Quando o Praxedes vira 'jogador de 20 milhões' ou o Peglow vira 'jogador de 15 milhões'. Eu gosto de colocar os jovens, eles já mostraram que têm qualidade. Mas são meninos. Por sorte, têm a cabeça boa", explicou.

"É preciso entender que é muito diferente jogar no sub-20 e no principal. Não apenas no jogo, mas na preparação, alimentação, ritmo, treino, descanso, preparo, a forma de seguir crescendo. São muitas coisas. Mas fiquem tranquilos que o clube e a comissão técnica está trabalhando para que todos tenham suas chances da melhor forma, na hora certa de jogar", finalizou o treinador.