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Lesão de Ferraz abre espaço para volta de Digão, que é melhor nos números

Digão volta a ser companheiro de Nino na zaga do Fluminense em amistoso contra o Botafogo - Mailson Santana/Fluminense FC
Digão volta a ser companheiro de Nino na zaga do Fluminense em amistoso contra o Botafogo Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/07/2020 04h00

Mesmo sem compromissos oficiais, o Fluminense ganhou um desfalque: o zagueiro Matheus Ferraz sofreu lesão na coxa e não joga o amistoso comemorativo contra o Botafogo, hoje (25), às 17h, no Nilton Santos. Em seu lugar, um velho conhecido da torcida tricolor receberá mais uma chance: o "capitão" Digão.

Dono da faixa até a paralisação por conta da pandemia do coronavírus, o bicampeão brasileiro em 2010 e 2012 volta ao time de Odair Hellmann. O espaço aberto pode ser decisivo para a sequência da temporada. O Tricolor disputa o Brasileirão e a Copa do Brasil no segundo semestre.

Curiosamente, os dois têm alternado a titularidade por conta das lesões. Ferraz, que sofreu ruptura do ligamento do joelho em 2019, começou a temporada ainda readquirindo o ritmo de jogo, e ficou na reserva de Digão, que terminou a última temporada em alta. Aí, o então capitão teve um edema na coxa, e o camisa 3 voltou a ser titular.

Com as duas opções disponíveis no retorno do Campeonato Carioca, Odair escalou Matheus Ferraz ao lado de Nino, titular absoluto no setor. Esta não era sua ideia inicial, mas uma possibilidade que se abriu.

"A opção, no momento, é por um jogador de característica de mais imposição física, que é o caso do Digão, e um jogador mais construtor e de bom cabeceio, que é o caso do Nino. Isso não impede que mais na frente, se o campo mostrar isso, tenhamos dois jogadores construtores, mas que não têm tanta característica de força, de potência, explosão. Neste momento, estou mesclando as características. O Digão tem uma técnica regular, boa técnica de saída", afirmou Odair após vitória sobre o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil, com Ferraz na vaga de Digão.

A opção, entretanto, não deu certo. Com o experiente defensor, o time teve três derrotas e dois empates, com sete gols sofridos em cinco jogos.

Em um destes jogos — o primeiro da decisão estadual contra o Flamengo —, Ferraz teve Digão ao seu lado. E na partida, o então suplente imediato teve uma atuação superior.

Na prática, com a paralisação, a recuperação do camisa 3, que já possui 35 anos, ficou comprometida. O defensor, que nunca foi veloz, claramente ainda sente a falta de ritmo e força necessários para uma partida de maior exigência física.

Ferraz sofreu com Pedro caindo pelo seu setor no segundo jogo da decisão contra o Fla. No primeiro, com Nino em sua cola, o camisa 21 do Rubro-Negro perdeu mais duelos. Digão costuma jogar pela esquerda com o jovem da seleção olímpica, enquanto Ferraz, que começou no Flu pela direita, acaba tendo maior dificuldade.

Nos números, média de gols sofridos ainda pende para o lado de Ferraz. Ambos atuaram em 12 jogos em 2020. Com Digão, foram 11 gols contra o Flu, e com Matheus, nove. Por outro lado, o aproveitamento da equipe é superior com o camisa 26 em campo: 58,3% contra 47,2% de Matheus Ferraz.

No Brasileirão de 2019, o capitão do Fluminense foi o 4º que mais acertou passes no Brasileirão de 2019 em média, com 97,5% das 1135 tentativas concluídas com sucesso. O jogador de 32 anos ficou na mesma posição em interceptações e foi o 10º que mais desarmou, com dois desarmes por tentativa.

Já Ferraz também teve boas médias em passes, com os mesmos 97,5% — em menos tentativas por jogo — mas mostrou números ruins em interceptações (0,1 por jogo) e desarmes (0,4 por jogo).

Se utilizados os números do Estadual, com nível técnico mais baixo, as médias sobem para 0,7 e 1, respectivamente, mas ainda registros abaixo do titular da equipe de Odair no espaço estendido: (1,2 e 1,9, no comparativo). Os dados são do site Footstats.

Outro levantamento individual mostra marcas melhores de Digão em relação a Matheus Ferraz nos duelos pelo chão (86% vencidos contra 61%) e nas disputas de bola no geral (7 contra 5,7 por jogo).

O Fluminense deve disputar o amistoso contra o Botafogo, que vale a Taça Gerson, em comemoração ao 118º aniversário do clube, com Muriel, Gilberto, Nino, Digão e Egídio; Hudson, Yago e Dodi; Nenê, Marcos Paulo e Evanílson.

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