"Novo Gil" agradou Tite e quis largar futebol após dispensa do Corinthians
Franklin Joseph é "cria do Terrão", como se diz dos jogadores frutos das categorias de base do Corinthians. Durante 12 anos, o jovem do Capão Redondo, extremo sul de São Paulo, vestiu a camisa alvinegra e chegou a agradar até Tite, que o levou para completar treinos da equipe principal e da seleção brasileira.
Nos treinos, ganhou diversos apelidos, todos relacionados a Gil, herói do Corinthians no clássico da última quarta-feira (22) contra o Palmeiras: "Novo Gil", "Gilzinho" e "Filho do Gil". O motivo era fácil de identificar. Franklin também joga de zagueiro e possui um penteado bem parecido com o do zagueiro de 33 anos.
Mas há mais de um ano, Franklin não tem mais relação com o Corinthians. Tão logo a Copinha de 2019 terminou, foi informado que seu vínculo com o Alvinegro não seria renovado. No clube em que foi criado, não chegou a fazer partidas pelo time profissional.
A situação fez com que Franklin repensasse a carreira. Em um texto emocionado nas redes sociais, dizia que era o dia mais triste de sua vida. Em casa, o pensamento era um só: largar o futebol.
"Eu nunca esperava que sairia do Corinthians do jeito que saí. Fiquei decepcionado comigo mesmo, não tinha vontade de fazer nada. Nos primeiros dias, cogitei até parar de jogar bola. Mas meus pais e a minha namorada me deram força e a ficha foi caindo", explicou.
Franklin decidiu que não iria desistir. Então, partiu para um recomeço na Europa e assinou contrato com o NK Lokomotiva, da primeira divisão da Croácia. A falta de oportunidades o levou para um novo clube. Desde janeiro, defende as cores do Metta, da Letônia.
"Depois que saí do Corinthians, minha vontade era ir para a Europa. Acabei não tendo muitos minutos no Lokomotiva e voltei para o Brasil antes de fechar com o Metta. O futebol na Letônia é diferente do brasileiro, é muita força, muita jogada área. Estou me adaptando bem aqui", comentou o "Novo Gil".
Do apelido recebido na época do Corinthians, Franklin leva a inspiração para o restante da carreira. Nas redes sociais, costuma trocar mensagens com o "pai" que o futebol deu.
"Sou muito fã do Gil, sempre troco mensagens com ele e ele me ajudou bastante quando treinamos juntos na seleção brasileira. O apelido nunca me pressionou, não era algo que eu usava para me gabar ou coisa do tipo. Sempre usei como uma inspiração para a minha carreira".
Franklin participou mais de uma vez dos treinos da seleção, sempre a pedido de Tite para completar elenco. Filho de um nigeriano com uma brasileira, o zagueiro de 21 anos não descarta a possibilidade de, no futuro, defender as cores da seleção da Nigéria.
"É algo que eu penso, sim. Se surgir a oportunidade, estarei aberto".
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