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Liga dos Campeões 2019/2020

Como Neymar uniu vestiário do PSG com meta de vencer a Liga dos Campeões

Neymar comemora após marcar pelo PSG em amistoso contra o Le Havre - Benoit Tessier/Reuters
Neymar comemora após marcar pelo PSG em amistoso contra o Le Havre Imagem: Benoit Tessier/Reuters

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Paris

13/07/2020 09h57

Ao ler os textos de despedida de Edinson Cavani do elenco do Paris Saint-Germain, Neymar tratou de enviar mensagens em particular ao uruguaio pedindo para que ele repensasse a decisão de deixar o clube antes da fase final da Liga dos Campeões. O brasileiro passou um discurso de otimismo em relação à possibilidade de conquista do torneio, adotando o mesmo tom que ele tem levado ao vestiário. O camisa 10 virou líder nos bastidores, também pela maneira como tem se comportado fora de campo,

Neymar não convenceu Cavani, mas agora empolga o elenco do PSG pela maneira com que trata o retorno ao futebol. No Instagram, disse viver a mesma sensação de uma final na volta a campo após quatro meses, que terminou em goleada por 9 a 0 sobre o Le Havre. No amistoso em questão, o time titular do PSG atuou somente o primeiro tempo e venceu por 5 a 0, com dois gols do brasileiro - um driblando o goleiro, e o outro de pênalti.

Aos amigos, Neymar diz que sua atual relação com o elenco do PSG lembra o bom ambiente do Barcelona, em que o brasileiro era próximo de jogadores importantes como Gerard Piqué, Lionel Messi e Luis Suárez. No clube francês, ele superou desavenças iniciais com Cavani e algumas brigas com jogadores menos renomados.

Neymar investe no bom relacionamento com os companheiros de clube. Já organizou jantares e festas em casa, em Paris, convidando todo o elenco. Ao passar férias em Saint-Tropez, aceitou convite do amigo Marco Verratti para dividirem a mesma casa. No balneário francês, eles se uniram a Marquinhos, Ángel Di María e Leandro Paredes.

"Deixa que eu resolvo"

Após o PSG perder por 2 a 1 para o Borussia Dortmund, na primeira partida das oitavas de final da Liga dos Campeões, Neymar organizou um jantar em sua casa para unir um grupo. Nas conversas, mostrou tanto otimismo na virada que frases como "me dá a bola" e "deixa que eu resolvo" pautaram o discurso o camisa 10.

"O Neymar foi a pessoa mais importante para a união do grupo. Ele organizou um jantar em casa com todo o elenco antes de jogo decisivo. Ali, acho que formamos um vínculo sagrado", disse o meio-campista Ander Herrera, em entrevista recente à rádio Cope, da Espanha.

Para o jogo de volta contra o Borussia Dortmund, Neymar já havia avisado ao grupo do PSG que imitaria a comemoração com meditação de Erling Haaland caso marcasse. Companheiros chegaram a pedir que ele esperasse o fim do jogo, mas a confiança na virada era tão grande que a provocação veio logo após o primeiro gol do jogo. Ao fim, com a vitória por 2 a 0, outros jogadores se uniram ao brasileiro, que repetiu o gesto.

Em euforia no vestiário, Neymar convidou todo o elenco para a festa da vitória em casa. Além de Marquinhos e Verratti, Keylor Navas, Thilo Kehrer e Kylian Mbappé marcaram presença.

Elenco defende Neymar contra diretoria

O bom relacionamento do elenco do PSG com Neymar foi visto na festa de aniversário do brasileiro, em fevereiro. A "balada" foi marcada em antevéspera de jogo e repudiada por diretoria e comissão técnica, mas os jogadores responderam com presença em massa.

Para os colegas, Neymar é perseguido pela diretoria desde que pediu transferência para o Barcelona. Ninguém gostou em ver o brasileiro como desfalque após a festa de aniversário. Os jogadores acreditam que o camisa 10 não faz corpo mole em jogos e treinamentos, se esforça na marcação e é líder nos vestiários.

Neymar tem Navas como um dos seus principais aliados. É o goleiro que bate de frente com a diretoria contra a ideia de que o comportamento festivo do brasileiro fora de campo está relacionado com uma suposta falta de comprometimento. A relação do camisa 10 com Mbappé também é avaliada como excelente pelo entorno do astro. Na semana passada, os dois atacantes estiveram juntos em um jantar em Paris, comemorando o aniversário de um amigo em comum.