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Fred é apresentado em volta ao Fluminense: "Lugar que mais me transformou"

Fred em sua apresentação "virtual" no Fluminense  - Lucas Merçon/Fluminense FC
Fred em sua apresentação 'virtual' no Fluminense Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/06/2020 11h47

Na véspera de sua reestreia, o atacante Fred enfim foi apresentado oficialmente pelo Fluminense. Acompanhado do presidente Mario Bittencourt, o ídolo tricolor foi o primeiro jogador da história do clube a ser apresentado por uma vídeoconferência com a presença de jornalistas. Na coletiva, o camisa 9 voltou a falar com carinho sobre seu retorno.

"Vi que é diferente o relacionamento com a torcida quando vi a minha esposa, que não liga para futebol, falar que é diferente quando eu coloco a camisa do Fluminense. Lógico que ela faz aquela marcação nas minhas redes sociais [risos], mas vê que é só a galera tricolor mandando mensagem. Sempre deixei claro que o Fluminense é o lugar que mais me transformou como jogador e ser humano, pelas dificuldades e alegrias que passei. É o clube onde tenho mais história, onde recebi mais apoio e tenho certeza que vou retribuir mais uma vez com gols", declarou.

A estreia será amanhã (28), às 19h, no Estádio Nilton Santos, contra o Volta Redonda. E apesar do pouco tempo, Fred se disse bem fisicamente e entrosado com os novos companheiros.

"Muito motivado e ansioso pela estreia. O professor [Odair Hellmann] perguntou se eu queria participar nesse primeiro jogo. Os treinos foram bem fortes nesse tempo sem futebol, senti o mesmo ambiente que eu deixei quando saí do Fluminense. Vi muita qualidade e velocidade no time. É leve, motivado para fazer um grande ano e tenho certeza que tudo vai dar certo e já vai começar amanhã na estreia. Nosso objetivo é fazer gols e buscar uma vitória que é muito importante para a nossa classificação", explicou.

O presidente Mario Bittencourt deixou o protocolo um pouco de lado, e, falando como torcedor do clube, afirmou que a volta de Fred não é algo atrelado à sua gestão, mas "um marco na história do clube".

"Não é gestão, é o amor da torcida por ele, amor dele pelo clube. Não era um compromisso de campanha, era um compromisso de torcedor. Eu me tornei presidente e fiz valer o que toda a torcida do Fluminense queria. Todos os torcedores do Fluminense que estão assistindo, se estivessem no meu lugar, contratariam ele de volta", disse.

Mario também opinou sobre a saída de Fred do clube em 2016. Para ele, isso nunca deveria ter acontecido, e agora, espera que o ídolo fique no Flu até depois do fim da carreira, como um profissional no clube.

"Esse ciclo que não deveria ter acabado recomeça para ele encerrar a carreira dele profissional, e, quem sabe, que ele siga conosco depois como um profissional, representando nossa marca e história enquanto for da vontade dele", disse.

Com 172 gols em 288 jogos, Fred levantou dois títulos do Campeonato Brasileiro (2010 e 2012), um do Campeonato Carioca (2012) e a Primeira Liga (2016). Agora, começa novo capítulo nas Laranjeiras. Terceiro maior artilheiro da história do Fluminense, o ídolo voltou para casa. Seu contrato vai até 21 de julho de 2022, aniversário de 120 anos do clube.

Confira outros tópicos da coletiva de apresentação de Fred

Relação com a torcida

Eu vi que que é diferente o meu relacionamento com a torcida quando eu vi a minha esposa, que não entende nada de futebol, me dizer que é diferente quando eu coloco a camisa do Fluminense. Eu acho que ela faz a marcação forte lá nas minhas redes sociais né? Para ver quem está mandando mensagem, elogiando, dando carinho, agradecendo a volta, falando que vai apoiar do início ao fim. Eu sempre deixei muito claro que o Fluminense é o lugar que mais me transformou, tanto como atleta, como no caráter. Mudou meu caráter também como pessoa como ser humano, devido a coisas que eu conquistei eu passei aqui dentro do clube. Dificuldades que, para mim, são consideradas grandes vitórias. É o clube onde eu recebi mais apoio. Certeza que eu vou poder retribuir mais uma vez, com os gols, com a dedicação ali dentro de campo e fora de campo. No que precisar, em qualquer coisa, eu tô sempre disponível para dar minha vida pelo Clube.

Artilharia do Nilton Santos

A assessoria já me falou que estou a dois gols do Loco Abreu. Eu queria fazer pelo menos um gol no domingo, para estrear bem. Já tenho objetivo extra, pelo menos dois gols. Aí vou igualar a marca. Vejo todos esses números de forma natural, não pressiona. É legal, quem sabe, poder escrever mais uma vez o nome no Engenhão, que é tão importante para gente porque ganhamos campeonatos lá.

Jogar com Nenê e Ganso?

O professor Odair [Hellmann] já teve sucesso no Inter com Guerrero e com D'Alessandro jogando, mesmo perfil. E eu acho que a gente tem que deixar bem claro, aqui hoje, nós não vamos ter a performance física que a gente tinha com 20 anos. Mas a gente pode entregar bons resultados. Esses dois jogadores, que são grandes atletas foram super bem lá no Inter, jogaram todos os jogos juntos. O que ele pedir para a gente fazer, o que for melhor para o grupo, vai ser feito. Se jogarmos os três, for melhor para o time, vamos jogar. Agora, se for jogar só dois, se for jogar um ou nenhum, vai ser o que for melhor para o clube. A gente vai dar suporte dentro ou fora, para a gente ganhar os jogos. É certo que dentro de cada jogador, seja ele com 16 anos, que é o caso do Miguel, ou de 36, todos querem jogar, todos querem fazer gol

Impressão sobre a equipe

Aqui nós temos dois jogadores de muito brilho, mas temos jogadores rápidos, temos o gringo, temos Wellington Silva, temos o Mateus, temos o Evanilson - muito rápido também - e ele também vai encostar quando tiver o lado contrário e, inclusive, podemos também jogar juntos. Quando a gente vai formar um time, um grupo, não adianta você ter um monte de jogador rápido. Tem que ter um ganso, um Nêne. Tem que ter jogadores que acham um espaço. Tem que ter equilíbrio e nós temos. Acho que, aqui no clube, nós temos cinco a seis jogadores que podem desequilibrar com brilho, com arrancada. Estou muito empolgado.

Risco de retorno depois da paralisação

Em relação ao risco de lesão, quem é da parte mais técnica vai entender bem melhor. A gente ouve fisiologista, preparadores físicos, e todos sabem que uma coisa é você colocar chuteira, fazer movimentação de jogo é diferente. Treino é uma coisa, jogo é outro. Então esse risco de lesão, realmente, existe. Entrou lá dentro, tem que ser entrega máxima. Tem que consegui as coisas para proteger minimamente, falando em aumentar o número de substituições eu acho que todas equipes vão usar isso por um período. O risco aumenta bastante, não é ideal. Mas a gente está indo com o coração aberto, sem medo, sem preocupação, a gente também poder levar um pouco dessa alegria para os torcedores que vão estar em casa assistindo a gente.

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