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OPINIÃO

Mauro: "Jogador que empresta prestígio a dirigente nocivo, enterra o clube"

Do UOL, em São Paulo

18/06/2020 04h00

O Cruzeiro foi rebaixado no Campeonato Brasileiro do ano passado e a culpa recaiu não apenas nos técnicos que comandaram o clube durante a campanha, mas também na diretoria, que envolveu o clube em escândalos. Os jogadores que tiveram participação na trajetória do clube ao momento mais crítico de sua história, no entanto, já mudaram de ares.

No podcast Posse de Bola #37, o jornalista Mauro Cezar Pereira comenta a entrevista que fez com Rogério Ceni em relação ao embate que o técnico teve com os jogadores e como Itair Machado, dirigente que era o elo de ligação entre comissão técnica e atletas, tinha todo o apoio do elenco enquanto agia de forma prejudicial ao clube.

"Um dirigente que fazia ali uma espécie de meio-campo entre ele [Ceni] e os jogadores, mas que era muito amigo dos atletas. Esse dirigente é um verdadeiro mito, porque ele conseguiu, de fato, levar o Cruzeiro a um patamar muito baixo, que a gente nunca imaginou que o Cruzeiro pudesse alcançar. E é interessante observar, isso. Você encontra também aí nas redes sociais, eu já tuitei isso, inclusive, vídeos em que alguns jogadores saudavam esse dirigente, Fred, Thiago Neves e outros, ele era tratado como um grande parça", afirma Mauro Cezar.

O jornalista também questiona quais jogadores farão como Marcos fez no Palmeiras em 2003, quando permaneceu no clube para a disputa da segunda divisão e que os atletas precisam se conscientizar do quanto podem prejudicar o clube quando dão publicamente todo o apoio a um dirigente, inclusive, publicando vídeos nas redes sociais, enquanto ele pode estar sendo nocivo ao clube.

"Quem é que vai encarar agora a segunda divisão, como o Marcos encarou no Palmeiras, como o Buffon encarou na Juventus, para ficar em dois exemplos apenas, quem vai? A galerinha que ficou lá, o Dedé que não saiu, o Fábio que não saiu e os garotos ali, pode ter mais um ou outro que eu esteja esquecendo aqui agora, mas grandes nomes daquele time que se dizia tão forte e tão poderoso, já não estão mais lá e eram alguns deles revelavam publicamente um excelente entrosamento com o dirigente mito, com o presidente também", afirma Mauro Cezar.

"Quando o jogador empresta o seu prestígio para um dirigente que é nocivo para o clube, ele também está ajudando a enterrar o clube. O jogador de futebol também tem participação nisso, a gente tem que parar com esse negócio de achar que o jogador é um pobrezinho manipulado que não pensa. Ele só vai de acordo com a maré, não, ele pode compactuar ou não. 'Ah, mas o cara é o chefe dele', não precisa ficar fazendo videozinho, colocar videozinho em rede social", conclui.

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