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Após liderar campanha social, Rashford exalta "geração que não tem medo"

Marcus Rashford, jogador do Manchester United - Carl Recine/Reuters
Marcus Rashford, jogador do Manchester United Imagem: Carl Recine/Reuters

Do UOL, em São Paulo

17/06/2020 08h58

O atacante Marcus Rashford, do Manchester United, disse que a nova geração não tem medo de reivindicar seus direitos sociais e que a sua atitude de liderar uma campanha por refeições para crianças no Reino Unido é reflexo deste novo espírito.

Em entrevista para a Sky Sports, Rashford lembrou também da forma como Raheem Sterling, do Manchester City, reagiu a um insulto racista como outro exemplo de uma disposição de jogadores interferirem positivamente em questões extracampo.

"Agora as pessoas estão dispostas a dar o primeiro passo para serem ouvidas e acho que o primeiro fator importante foi Raheem, quando ele passou por sua situação de abuso racial, como ele enfrentou isso", disse.

"Temos que fazer da Inglaterra o que queremos que ela seja. Minha opinião é que é uma coisa de gerações. Gerações mudam e as pessoas melhoram como os humanos deveriam. Sinto que agora, nesta geração em que estamos, não temos medo de nos levantar e sermos levados em conta, e isso é definitivamente uma coisa positiva", completou.

Depois de uma campanha de pressão liderada por Rashford, o governo do primeiro-ministro britânico Boris Johnson decidiu ontem prolongar durante o verão (hemisfério norte) o programa de refeições gratuitas para crianças desfavorecidas no Reino Unido.

Quando o confinamento contra o coronavírus forçou as escolas e suas cantinas a fechar em março, o governo britânico criou um programa que permitia às famílias modestas receber cupons de compra de alimentos no valor de 15 libras (cerca de R$ 98) por criança e semana.

O programa deveria terminar com o início das férias escolares em julho, mas após a pressão encabeçada por Rashford, Johnson decidiu prorrogar a medida. Para Rashford, crianças que ficam sem refeições colocam "muito estresse na cabeça dos pais e isso leva a outras coisas".

"Eu vi como isso pode sair de controle e as pessoas podem literalmente acabar nas ruas por não terem refeições durante o dia. Não é apenas a situação alimentar em que eu estava pensando quando estava aumentando a conscientização, mas outras coisas - saúde mental e bem-estar das pessoas e famílias", disse.

"Pode não parecer grande coisa, mas algo como não comer todos os dias ou não comer a quantidade certa de refeições todos os dias pode ter um grande impacto em sua vida", completou.

Desde o início do confinamento, Rashford está envolvido com esta causa. Ele recordou que, como integrante de uma família de cinco filhos com renda modesta, muitas vezes só conseguiu fazer as refeições com a ajuda da escola.

"Sei o que é ter fome", escreveu o atacante Rashford, de 22 anos, em um artigo publicado no jornal The Times.

Com informações da agência AFP

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