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'Voz ativa', Autuori auxilia direção do Botafogo e pode mudar com S.A.

Paulo Autuori observa o duelo entre Botafogo e Paraná pela Copa do Brasil - Thiago Ribeiro/AGIF
Paulo Autuori observa o duelo entre Botafogo e Paraná pela Copa do Brasil Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

15/06/2020 04h00

Uma das vozes mais ativas do Botafogo durante a pandemia de coronavírus, Paulo Autuori aguarda o retorno do calendário para voltar ao comando do time alvinegro, mas também com um olho no futuro. O atual cenário esportivo fez com que o treinador, que não esconde o desejo de voltar a ser dirigente em breve, ganhasse ainda mais força e tal mudança pode ocorrer logo que o departamento de futebol se tornar S.A.

Os trabalhos mais recentes de Autuori no Brasil, no Fluminense e Santos, foram em cargos de direção - diretor executivo de futebol no Tricolor e superintendente de futebol no Peixe. O próprio deixou claro que aceitou o convite para ser técnico do Botafogo por gratidão ao clube, uma vez que isso sairia do planejamento pessoal.

"Abri mão daquilo que defini para a minha carreira no Brasil porque é o Botafogo e tenho que dar uma reciprocidade para o clube que tudo me proporcionou. Tudo o que eu sou no Brasil é devido à instituição, ao Botafogo. Contribuir para que possamos passar por algumas mudanças e transformações e dar meu contributo junto com o Espinosa", disse, em fevereiro, durante a coletiva de apresentação.

Valdir Espinosa, reverenciado por Autuori na ocasião, estava como gerente de futebol e um dos responsáveis pela transição pela qual passa o departamento de futebol. Ele morreu em fevereiro, aos 72 anos, devido a complicações após cirurgias no intestino. O Botafogo chegou a cogitar nomes, mas não acertou com ninguém para o cargo. Marco Agostini, nomeado vice-presidente de futebol, vem atuando, juntamente a Autuori, como elo entre o elenco e a cúpula.

No decorrer da pandemia, o treinador foi uma das vozes "firmes" do Alvinegro e em discordância a um retorno precipitado, dando eco às ideias apresentadas pela diretoria. Houve, inclusive, críticas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Há quase um mês, em entrevista coletiva virtual, Autuori admitiu que também ajuda a diretoria em assuntos relacionados à gestão.

"Estou pronto, há algum tempo no futebol. Tive uma carreira como treinador e entrei na gestão técnica. Não há dificuldade. Estou ligado ao Botafogo e quero contribuir, doar. O mais importante é o ambiente que nós temos dentro do comitê gestor e com o presidente. Estamos dando passos em conjunto. Estamos passando por um momento que não prevíamos. Então, não podemos criar ainda mais dificuldades".

Além disso, entusiasta do uso de jogadores mais jovens, ele também tendo tido participação ativa na base, com conversas com membros das categorias inferiores.

Segundo o presidente Nelson Mufarrej, Autuori já vem atuando quase que como uma dupla função, como técnico e gerente.

"Com o falecimento do Espinosa, que era uma pessoa maravilhosa, o Autuori hoje é um técnico e gerente. Ele tem interlocução, conhecimento e já está exercendo como gerente. Acho isso isso maravilhoso, é sensacional", disse, em recente entrevista ao site "FogaoNet".

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