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Jesus lamenta paralisação do futebol: 'Flamengo caminhava para hegemonia'

Jorge Jesus, técnico do Flamengo, durante partida contra o Barcelona-EQU pela Libertadores - Allan Carvalho/AGIF
Jorge Jesus, técnico do Flamengo, durante partida contra o Barcelona-EQU pela Libertadores Imagem: Allan Carvalho/AGIF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/06/2020 20h17

Mesmo com poucos jogos no ano antes da paralisação do futebol por conta da pandemia do Coronavírus, o Flamengo levantou três taças - a Recopa Sul-Americana, a Supercopa do Brasil e a Taça Guanabara. Na opinião de Jorge Jesus, a suspensão das partidas não poderia ter vindo em um momento pior. O treinador português afirmou que o time caminhava para uma hegemonia no futebol brasileiro e a pausa pode tirar o entusiasmo de sua equipe.

"O Flamengo estava no caminho certo para uma hegemonia no futebol brasileiro, não tenho dúvidas. Essa pandemia foi muito ruim. Ela tirou o entusiasmo do Flamengo, por exemplo. E isso pode fazer a diferença na hora de ser hegemônico", declarou o técnico durante uma transmissão do canal do Flamengo no YouTube, FlaTV, hoje.

Jorge Jesus coloca o Flamengo entre os maiores times do mundo, quando o assunto é torcida, mas entende que o clube não pode ser colocado neste patamar em termos de conquistas.

"O Flamengo está entre os grandes clubes do mundo em termos de torcida, talvez entre os cinco maiores. Mas não em termos de título. Está começando. O Real Madrid é dos maiores porque ganhou mais de dez Champions. O Barcelona está entre os maiores do mundo porque sempre ganha títulos internacionais. E as equipes que ganham só de vez em quando não podem ser consideradas entre as maiores do mundo", complementou.

Desafios na chegada e na atual temporada

Na mesma entrevista, Jorge Jesus falou sobre um dos grandes desafios em sua chegada ao Flamengo e citou a importância do ex-goleiro rubro-negro Júlio César para ajudá-lo.

"Os jogadores compraram minha ideia. Se não aceitassem minha forma de liderar, seria difícil. Todos os técnicos são exigentes. Mas saber canalizar essa exigência é outra coisa. Há uma diferença entre pensar e criar. E está aí a diferença da arte. Um jogador que fez muita diferença nesse processo foi o Júlio César, que explicou minha forma de trabalhar para vários jogadores antes de eu chegar. Há jogadores que não conseguem suportar a pressão que eu coloco", disse.

Para o treinador, o desafio do Flamengo na atual temporada é entrar nas competições com a mentalidade de quem quer buscar um título inédito e não com a ideia de quem está defendendo conquistas.

"O Flamengo não quer defender o título da Libertadores, não quer defender o título do Brasileirão, o Flamengo quer ganhar esses títulos como se os estivesse buscando pela primeira vez. São coisas completamente diferentes. Esse é o grande desafio para o Flamengo continuar a vencer", ponderou.