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Citadini diz preferir Tiago Nunes a Jorge Jesus: 'Vocês estão encantados'

Jorge Jesus, treinador do Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo
Jorge Jesus, treinador do Flamengo Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/06/2020 18h39

Antônio Roque Citadini, ex-vice-presidente e conselheiro do Corinthians, afirmou que não gostaria de ver Jorge Jesus como treinador do clube paulista. Na opinião de Citadini, Jorge Jesus teve seu trabalho facilitado no ano passado por encontrar um time bem montado e cheio de dinheiro no Flamengo.

"Não gostaria de ter Jorge Jesus no Corinthians. Sempre tivemos grandes técnicos. Luxemburgo, Tite, Parreira, Mano Menezes. Isso sem falar nos novos, como o Carille. Então, a gente não precisa de Jorge Jesus. Ele é técnico para o Sporting. O Campeonato Português não é importante. É lógico que eu prefiro o Tiago Nunes. Vocês estão encantados com esse Jorge Jesus. O que ele ganhou no mundo? O time estava montado, tinha muito dinheiro. Aí, fica fácil", disse em entrevista ao Futebol na Veia, da ESPN Brasil.

O ex-dirigente ainda afirmou que o que é dito sobre a atuação do Flamengo no Mundial contra o Liverpool é uma 'invenção'. Citadini ressaltou as atuações corintianas em finais de Mundial, enfatizando que o clube venceu o torneio nas duas participações.

"Olha o que eles inventaram: 'perderam, mas jogou de igual para igual'. Isso é ridículo. A gente jogou de igual para igual contra dois grandes times em dois mundiais e ganhamos", complementou.

Críticas à atual gestão do Corinthians

Reconhecido como uma figura da oposição dentro do Corinthians, Citadini criticou a gestão de Andrés Sanchez. O ex-dirigente afirmou que o principal problema do clube é a partilha de jogadores com empresários.

"O que aconteceu com o Corinthians na última década é que o time começou a trabalhar com parcerias com empresários. Então, todos os jogadores do clube, inclusive os da base, não trazem dinheiro para o Corinthians. Deu resultado porque o dinheiro estava aumentando. Quando as receitas caíram, o sistema mostrou que não funcionava. Agora, nem um nem outro. Os jogadores que chegam são sempre por interesse. Em um primeiro momento, esses jogadores traziam título ou algum retorno financeiro. O Corinthians revelava jogadores. A última venda de sucesso que o time fez foi do Willian em 2007. Já faz treze anos. Depois disso, as vendas são todas partilhadas. O próximo presidente do Corinthians vai ter que enfrentar a partilha de jogador e os pagamentos de comissões a empresários", declarou.

O presidente também falou sobre a dívida relativa à Arena Corinthians, criticou o modelo de negócio empregado na construção do estádio, mas reiterou que este não é o principal problema do clube paulista atualmente.

"O estádio foi construído em outro mundo. Onde tinha muito dinheiro, dinheiro fácil. Naquele momento, precisava-se construir um estádio para que São Paulo recebesse a abertura da Copa. A prefeitura não tinha como bancar um estádio. Aí, o presidente Lula entrou em parafuso. O Corinthians era o único que teria condições de pagar um estádio. E aí foi feito um plano de negócio. O governo ia emprestar R$ 400 milhões. A prefeitura deu um incentivo fiscal. O problema existe porque se criou uma solução irrealista. Disseram que os naming rights iriam pagar metade do estádio. Mas todo mundo sabe que ninguém vai pagar alto para pôr o nome no estádio, principalmente depois da crise econômica. Agora, eu não acho que esse é o principal problema. Não dá pra ter a segunda maior folha salarial do país e esse time que nós temos. E não dá pra continuar amarrado a empresários", concluiu.