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Vice do Fla vê luto diminuído após acordo e diz que Covid travou encontros

Torcedores do Flamengo fazem homenagem às vítimas do incêndio no Ninho do Urubu - Alexandre Vidal / Flamengo
Torcedores do Flamengo fazem homenagem às vítimas do incêndio no Ninho do Urubu Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/06/2020 04h00

O acordo com a família do jovem Bernardo Pisetta, uma das dez vítimas fatais do incêndio do Ninho do Urubu, trouxe alívio ao Flamengo e esperança de que outras cheguem a um consenso o mais rapidamente possível.

Responsável por liderar as negociações, Rodrigo Dunshee de Abranches, vice jurídico e geral do clube, disse ao UOL Esporte que a pandemia da Covid-19 travou algumas agendas programadas com as famílias, mas ressaltou que o Fla, que fez um mea culpa após ser acusado se manter distante dos parentes, está mais aberto ao contato. Ao blog do jornalista Mauro Cezar Pereira, advogados das famílias que ainda não acertaram afirmaram que nada mudou.

"Minha percepção é que, mais importante que questão financeira, é notar que fechamento desse ciclo vai colaborar para diminuir o luto dessa família. Tenho certeza que eles vão seguir a vida com mais serenidade. Temos uma comissão de relacionamento com as famílias à disposição e o RH programando encontros, que foram travados pela pandemia", disse Dunshee.

Apesar de conseguir superar essa questão, não há outros acordos próximos. O dirigente evita estipular prazos, mas o desejo é poder virar ao menos esta página. Sem todos esses compromissos firmados, o clube não se sente à vontade para fazer homenagens planejadas.

"Apesar das dificuldades da pandemia, temos como grande aspiração e desejo, encerrar esse ciclo para todas elas, para que possam seguir com paz. Embora estejamos pagando R$ 10 mil por mês, não é o melhor, porque não encerra essa fase. Estamos abertos e mandando essa mensagem a todos", garantiu.

A maior tragédia dos 124 anos de Flamengo é alvo de uma investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e também do Ministério Público, que prepara uma denúncia. O assunto mexe com atuais e antigos dirigentes rubro-negros, que temem ser implicados na tragédia.

Além da família do Bernardo, há o acordo com os representantes de Athila Paixão, Gedson Santos, o Gedinho, Vitor Isaias e com o pai de Rykelmo. Com a mãe de Rykelmo, que acionou a Justiça, e com os familiares de Arthur Vinícius, Christian Esmério, Jorge Eduardo, Pablo Henrique e Samuel Thomas ainda não houve resolução. As defesas não estão sendo conduzidas de forma coletiva.