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OPINIÃO

Mauro: "Aqui estamos mais adaptados à falta de torcida. Há públicos pífios"

Do UOL, em São Paulo

29/05/2020 04h00

Os jogos de futebol sem a presença de torcedores na Alemanha devido à pandemia do novo coronavírus projetam como poderá ser o ambiente nas partidas quando for possível o retorno também no Brasil, com os clubes não podendo contar com seus torcedores, o que pode afetar o peso do mando de campo, o que foi nítido nas primeiras rodadas desde a volta no Campeonato Alemão, em que os visitantes levaram a melhor.

No podcast Posse de Bola #34, o jornalista Mauro Cezar Pereira considera que os brasileiros deverão se adaptar mais facilmente à falta de torcedores nos estádios, citando que o público é mais fiel nos jogos brasileiros quando seus respectivos clubes estão em bom momento.

"Acho que aqui nós estamos até mais adaptados, porque lá eles só jogam com o estádio vazio, aqui no Brasil os jogos são com públicos pífios, times que estão em grande fase jogam com o estádio cheio, mas não são poucos jogos nas últimas décadas ou talvez na história inteira do futebol brasileiro, com públicos ridículos, mesmo de times de grandes torcidas. Então, acho que aqui a gente está até mais acostumado com isso, do que eles lá na Alemanha", afirma Mauro Cezar (disponível no vídeo acima a partir de 58:20).

"É o que é possível, o que não pode é o futebol ficar parado eternamente. Se ficar parado, a gente vai ter que assumir uma situação que vai quebrar a indústria do futebol. Ficar parado direto na Alemanha, aqui, na Inglaterra, onde for, se ficar parado um ano, até descobrir a vacina e tudo. É possível? Tudo bem, então, para o futebol, quebra a indústria do futebol. Ou se tenta voltar com segurança numa situação atípica como essa, como fizeram os alemães ou então você assume que esse negócio não vai dar e depois recomeça tudo do zero, com muito desemprego e com muitos clubes indo para o espaço", completa o jornalista.

Mauro Cezar também afirma que a falta de público é uma oportunidade para que os dirigentes do futebol brasileiro e sul-americano percebam a importância do torcedor e passem a tratá-lo melhor, acabando com as proibições que são impostas nos jogos pelo continente.

"É evidente que o mando de campo fica muito menor, o que é muito importante até como reflexão porque, especialmente pelo que fazem aqui no Brasil e na América do Sul via Conmebol, que é cada vez mais diminuem a importância do torcedor, tiram o peso da torcida com proibições, não pode bandeira, não pode pisca-pisca, não pode papel higiênico, não pode papel picado, não pode isso, não pode aquilo, não pode ficar de pé, não pode nada. Aí, você vai fazendo o que? Transformando os estádios brasileiros e até sul-americanos em alguns casos em teatros, como a geladeira do Arsenal lá, o Emirates", diz o jornalista.

"O negócio é demonizar a torcida organizada, como se todo mundo da organizada fosse bandido, ao invés de tentar limpar as torcidas no sentido de tentar impedir que pessoas com esse comportamento tomem conta delas", conclui.

Posse de Bola: Quando e onde ouvir?

A gravação do Posse de Bola está marcada para segundas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte nas redes sociais (YouTube, Facebook e Twitter). A partir de meio-dia, o Posse de Bola estará disponível nos principais agregadores de podcasts.

Você pode ouvir o Posse de Bola em seu tocador favorito, quando quiser e na hora que quiser. O Posse de Bola está disponível no Spotify e na Apple Podcasts, no Google Podcasts e no Castbox . Basta buscar o nome do programa e dar play no episódio desejado. No caso do Posse de Bola, é possível ainda ouvir via página oficial do UOL e YouTube do UOL. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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