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Palmeirense que chamou corintianos pra briga em ato é ligado a vereador

Torcedores do Palmeiras se reúnem em protesto contra isolamento social e João Doria - Reprodução
Torcedores do Palmeiras se reúnem em protesto contra isolamento social e João Doria Imagem: Reprodução

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

25/05/2020 13h45

Um grupo de palmeirenses chamou atenção nas redes sociais ontem (24) ao publicar fotos em um ato contra o isolamento social e o governador João Doria na Av. Paulista. Com as imagens, os torcedores postaram provocações e ameaças a rivais do Corinthians, que há duas semanas haviam ido ao mesmo local.

"Deus, pátria, família e amigos. Odiamos gambá. Estamos esperando vocês", escreveu Sergio Brito de Sousa na legenda das imagens. Foi uma resposta ao movimento de corintianos que haviam ido à Paulista se manifestar contra os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que têm se concentrado ali nos fins de semana.

Sergio - Reprodução - Reprodução
Sergio Brito, ex-assessor parlamentar, provoca torcida do Corinthians no metrô
Imagem: Reprodução

As fotos geraram notas de repúdio de torcidas organizadas antifascistas, que viram nelas uma manifestação de autoritarismo entre os torcedores do Palmeiras. "Deus, pátria e família" era o lema do movimento integralista dos anos 1930, de inspiração fascista. Também é o lema do "Aliança pelo Brasil", partido que Jair Bolsonaro pretende criar.

O UOL Esporte apurou que o incidente tem ainda outro aspecto político.

Sergio Brito de Sousa exerceu durante dois anos o cargo de assessor parlamentar do vereador Camilo Cristófaro (PSB) na Câmara Municipal de São Paulo. Cristófaro é um dos vereadores mais críticos à gestão Dória e ao prefeito Bruno Covas, dois alvos dos protestos na Paulista. Controverso, ele já teve o mandato cassado e depois recuperado. Também já agrediu um assessor do PT dentro das dependências da Câmara.

Sergio Brito foi exonerado de seu gabinete a pedido no dia 24 de abril. Mas quem o substituiu foi sua filha Stephanie Brito, uma estudante de 18 anos do curso "Têxtil e Moda" da USP.

Procurado pela reportagem, o vereador primeiro disse que não podia responder pelo ato de seu funcionário, que havia chamado para briga torcedores rivais enquanto estava de folga. Depois, disse que Sergio Brito havia sido exonerado para "cuidar da torcida uniformizada TUP" do Palmeiras. "É meu amigo, mas pra ficar no meu gabinete tem que trabalhar. Não trabalhando, não tem como ficar."

Sergio e Camilo - Reprodução - Reprodução
O palmeirense ao lado do amigo Camilo Cristófaro, que também empregou sua filha no gabinete
Imagem: Reprodução

Já Sergio Brito disse que sua provocação aos corintianos nas redes foi apenas uma "resposta democrática" aos rivais que haviam se manifestado na Paulista antes. Ele afirmou não fazer parte de nenhuma torcida organizada. "Fui ao ato como cidadão, não representando partido político ou torcida", disse.