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Autor de gol de letra contra o Fla, Alex Alves sonha em voltar ao Botafogo

Alex Alves, técnico do Juventus-SP - Divulgação/Juventus
Alex Alves, técnico do Juventus-SP Imagem: Divulgação/Juventus

Alexandre Araújo e Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

20/05/2020 04h00

A passagem de Alex Alves pelo Botafogo foi curta, porém, o suficiente para o atacante ter caído nas graças da torcida. Autor de um gol de letra em um clássico com o Flamengo, o hoje treinador do Juventus-SP não esconde o desejo de, um dia, poder voltar ao Alvinegro.

Alex Alves chegou a General Severiano em 2004, após defender o Cruzeiro. No Carioca do mesmo ano, anotou o golaço diante do rival e virou xodó. A torcida, inclusive, criou uma versão de "Poeira", de Ivete Sangalo, que, à época, era entoada na arquibancada no lado do Fla. "De letra, de letra, de letra, tomou um gol de letra" foi a brincadeira a partir daquele jogo.

O ex-atacante, porém, acredita que, com a camisa do Botafogo, um outro gol tenha tido mais beleza, até pelo que representou para o time e para ele, que voltava após cirurgia no joelho direito, local em que sofreu grave lesão.

"Tem um gol que acho que foi mais bonito e teve uma importância maior, que foi contra o Guarani, no Caio Martins. Driblei um, dois, e fiz o gol. Na época, estávamos brigando para não cair [no Brasileiro] e a vitória por 1 a 0 tirou o Botafogo dali. Se perdêssemos aquele jogo, estávamos praticamente rebaixados. E foi bem na minha volta da cirurgia, segundo jogo após o retorno. Mas aquele gol de letra contra o Flamengo... Ganhar um clássico com um gol de letra, depois ainda fizeram aquela sacanagem com a música da Ivete, claro que é marcante e a gente fica muito feliz", disse ao UOL Esporte.

Botafogo 2004 ano de muita benção

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Alex Alves ressalta que até hoje recebe o carinho dos alvinegros e mostra certo arrependimento de ter deixado o Glorioso rumo ao Denizlispor, da Turquia, no meio de 2005.

"Muitos torcedores ainda falam comigo, recebo um carinho enorme do torcedor botafoguense. Eles falam que, para eu ser coroado, faltava só o título. Mas fiz bastante gol e tive uma trajetória bacana. Só não fiz mais por conta da lesão no joelho, que me deixou seis meses parado."

"Para mim, foi fantástica essa passagem pelo Botafogo. Sempre digo que me arrependo de ter saído do Botafogo. Por mim, encerraria a carreira lá, mas acabei indo para a Turquia, não posso reclamar também. Mas foi um período de muita alegria e carinho da torcida", completou.

Há quase três temporadas à frente do Juventus da Mooca, o ex-jogador se considera um "abençoado" na carreira de treinador, mas admite que, um dia, pensa em retornar ao Botafogo nesta nova função.

"Sou um abençoado pela minha carreira de treinador estar dando certo, pelos trabalhos que fiz. Ficar quase três anos em um time profissional não é fácil, estou quase completando 80 jogos pelo Juventus, que é um clube muito tradicional. Mas tenho o sonho de chegar em um grande clube, disputar um Brasileiro. E sonho em dirigir o Botafogo, que é um clube pelo qual tenho um carinho enorme, um dia."

Despedida do Valdo foi marcante

Alex Alves, Ruy, Valdo e Caio Ribeiro no Botafogo, em 2004 - Reprodução Instagram - Reprodução Instagram
Alex Alves, Ruy, Valdo e Caio Ribeiro no Botafogo, em 2004
Imagem: Reprodução Instagram

Valdo, que teve passagens por clubes como Grêmio, Santos, Cruzeiro, Benfica (POR) e Paris Saint-Germain (FRA), encerrou a carreira no Botafogo, em 2004. O dia a dia e as brincadeiras com o companheiro veterano que estava prestes a se despedir dos gramados ficaram marcados para Alex Alves.

"Uma coisa que não esqueço era o dia a dia. A gente era bem bagunceiro. Eu, Ruy, Caio [Ribeiro], mas uma das coisas que me marcou muito foi a despedida do Valdo, que foi um ídolo, principalmente para nós, que éramos mais jovens. Quando soubemos que ele ia se despedir, em todo jogo fazíamos uma sacanagem com ele. E até hoje, quando ele lembra, fala: 'Gente, foram os três meses mais gostosos da minha vida'. A gente brincava, mas dentro de campo, tínhamos responsabilidade, e o Valdo nos ajudou bastante. Poder levantá-lo no último jogo foi legal. Ele marcou o futebol brasileiro e o Botafogo."

Trabalho na pandemia e projeção no Paulista

Alex Alves, técnico do Juventus-SP - Divulgação/Juventus - Divulgação/Juventus
Imagem: Divulgação/Juventus

Assim como outros clubes, o Juventus adotou treinos a distância enquanto as atividades presenciais ainda estão vetadas por conta da pandemia de coronavírus. Alex Alves, porém, ressalta que o elenco está buscando manter o trabalho e haverá mudanças apenas quando o governador João Doria (PSDB) sinalizar que os clubes poderão retomar os trabalhos.

"[A pandemia] Pegou todo mundo meio que de surpresa. Até mesmo para passar os treinos aos jogadores, a gente ainda fica sem saber muita coisa. Não sabe se o campeonato vai voltar, como vai estar, essas coisas, mas, mesmo assim, estamos seguindo a nossa filosofia de trabalho e passando treinos semanais para que os atletas possam fazer."

"Não tivemos ainda o acompanhando on-line, com todos, porque não chegamos a essa fase. Ainda não há necessidade, mas eles nos mandam vídeos diários dos trabalhos que fazem. Assim que o Doria liberar a volta aos treinos, a gente começa a especificar mais", disse.

Atualmente, o Juventus ocupa a sétima colocação da Série A2 do Paulista, com 18 pontos, quatro atrás do líder São Bernardo.

"Estamos a quatro pontos do primeiro colocado. Temos a projeção de subir para a Primeira Divisão. Ano passado, batemos na trave, mas, neste ano, estamos no caminho. Apesar de a pandemia ter dado uma desestabilizada, quando voltarmos, teremos o time base que estamos trabalhando já há dois anos. Isso facilita muito", finalizou.

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