Aproximação do Vasco com clã Bolsonaro tem ida a jogos e parceria com Havan

Ao lado da cúpula do Flamengo, o presidente do Vasco, Alexandre Campello, se reuniu ontem (19) com o Presidente da República, Jair Bolsonaro, para tratar de um possível retorno das atividades no futebol brasileiro em meio à pandemia do coronavírus. O episódio foi apenas mais um no histórico de aproximação do clube com o clã da família do chefe de Estado.

A ligação se dá, principalmente, por conta de seu filho, Flávio, o único vascaíno declarado, e o que mais acompanha futebol.

A primeira aparição pública de Jair - que é palmeirense e botafoguense - foi na última rodada da Série B de 2016, quando o Vasco enfrentou o Ceará no Maracanã com a missão de vencer para retornar à elite. Na ocasião, o agora presidente esteve presente em um dos camarotes do estádio vestido com uma camisa cruzmaltina e, entre aplausos e vaias, acenou para o público. O presidente vascaíno na época ainda era Eurico Miranda.

Na Copa Libertadores de 2018, Jair e Flávio marcaram presença em São Januário para a partida entre Vasco e Jorge Wilstermann (BOL) novamente trajados com o uniforme do clube.

No fim daquele mesmo ano, o presidente ganhou uma camisa autografada do Cruz-maltino, incluindo uma assinatura de Campello, e cogitou ir a São Januário para o duelo contra o seu Palmeiras, que acabaria fazendo com que o clube paulista fosse o campeão brasileiro da temporada. Em cima da hora, porém, ele desistiu.

Já em 2019, Jair Bolsonaro deixou aflorar seu lado palmeirense na partida entre o Alviverde e o Vasco no Allianz Parque. Com a camisa do clube paulista, ele chegou a ir ao gramado antes de a bola rolar e ouviu um misto de vaias e aplausos.

Flavio discursou na Alerj em homenagem ao Vasco

Ainda em 2018, o Vasco teve uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para homenagear os 120 anos do clube. Na ocasião, Flávio Bolsonaro foi ao púlpito discursar, lembrou do histórico da família com os clubes de futebol, ressaltando ser o único vascaíno, e recordou até mesmo idas ao estádio e o seu gosto pela organizada Força Jovem.

Patrocínio da Havan

Ano passado, uma das ações de Alexandre Campello que mais gerou polêmica entre os torcedores do Vasco foi o patrocínio que fechou com a rede de loja de departamentos Havan, do empresário Luciano Hang, um dos maiores entusiastas de Jair Bolsonaro e que tem uma relação próxima com o presidente da República.

Na iminência do acerto, a sede do clube situada na Lagoa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, chegou a amanhecer pichada em protesto contra a parceria.

O acordo foi fechado após uma ida de Campello à sede da empresa, quando foi recebido pessoalmente por Hang.

Opositores criticam Campello

A reunião de Campello com Jair Bolsonaro e a cúpula do Flamengo gerou muitas críticas não só da torcida do Vasco como de seus opositores.

Presidente do Conselho Deliberativo cruzmaltino, Roberto Monteiro, e o grande benemérito e pré-candidato, Luis Manuel Fernandes, disseram em suas postagens que o mandatário vascaíno feriu as tradições do clube. Grupos políticos também se manifestaram. Veja abaixo: