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Cruzeiro detecta pagamento de R$ 176 mil à mulher de ex-vice-presidente

Herminio Lemos foi vice-presidente administrativo do Cruzeiro durante a gestão de Wagner Pires de Sá - Igor Sales/Cruzeiro
Herminio Lemos foi vice-presidente administrativo do Cruzeiro durante a gestão de Wagner Pires de Sá Imagem: Igor Sales/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

15/05/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Foi detectado pagamento de R$ 176.400,00 à EMS Serviços Administrativos Estratégico Ltda, empresa que tem Rosimeire Alves da Silva Lemos como sócia
  • Ela é cônjuge de Hermínio Lemos, vice-presidente do clube entre 2018 e 2019
  • A empresa foi criada em 25 de abril de 2018 e foi remunerada no decorrer do mandato de Pires de Sá. O valor foi pago em quatro parcelas

A lista de problemas na antiga gestão do Cruzeiro, liderada por Wagner Pires de Sá, parece não ter fim. Foi detectado pagamento de R$ 176.400,00 à EMS Serviços Administrativos Estratégico Ltda, empresa que tem Rosimeire Alves da Silva Lemos como sócia. Ela é cônjuge de Hermínio Lemos, vice-presidente do clube entre 2018 e 2019.

A empresa foi criada em 25 de abril de 2018 e foi remunerada no decorrer do mandato de Pires de Sá. O valor foi pago em quatro parcelas. Registrado na Avenida Presidente Tancredo Neves, no bairro Jardim Alvorada, em Belo Horizonte, o escritório alega prestar a seguinte atividade econômica: "serviços combinados de escritório e apoio administrativo".

Procurado pelo UOL Esporte às 19h44 (de Brasília) de ontem (14), Hermínio Lemos a princípio negou que a empresa esteja em nome de sua esposa.

"Esse povo está conversando fiado, estou processando todo mundo. Minha esposa tinha uma flora chamada Rosi Flores. Minha esposa se chama Lemos. Eu não sei o que esse povo está fazendo, eu vou meter todos na cadeia. Minha esposa não tem nada a ver com isso não. Deixa eles fazerem o que quiserem. Nós vamos discutir na Justiça se isso é verdade, como o caso do cartão de crédito [corporativo]. Estou entrando com dois processos, por causa do cartão corporativo, tudo contra eles. Eles estão falando aí que eu usei. Eu vou processar todo mundo que fizer calúnia comigo", disse à reportagem em uma ligação com duração de dois minutos.

Ele ainda acrescentou no mesmo telefonema. "Já tem seis processos na Justiça. Nós tínhamos uma flora chamada Rosi Flores, na rua Ouro Preto, que já foi fechada. Essa empresa [EMS Serviços Administrativos Estratégico Ltda] nunca foi da minha esposa".

Às 19h49 (de Brasília) de ontem, Hermínio Lemos retornou o telefonema à reportagem e deu duas versões diferentes. Na segunda conversa, o ex-dirigente iniciou dizendo que a empresa não está em nome da esposa — Rosimeire Alves da Silva Lemos. Na sequência, ele diz não saber se está realmente atrelada à mulher.

"Eu sou engenheiro, minha mulher... Ou, existe homônimos. Minha mulher não tem nada a ver com isso. Nunca mexi com o Cruzeiro nem nada lá não. Isso é gente que quer arrumar confusão por causa da eleição. Não tem problema, só que nós vamos na Justiça depois. Eu nem sei do que você está falando. Eles levantaram uma firma de eletricidade que tive há 40 anos, uma firma de engenharia que fui sócio", declarou.

"Eu não sei, não posso responder por ato dos outros, por denúncia anônima. Eu não estou no processo eleitoral. Não posso responder, não sei. Como vou saber quando foi aberta? Eu não sei. Como eu posso responder por algo que não sei? Meu amigo, eu não sei o que esses caras estão falando, rapaz. Não sei porque estão atrás disso. Manda para o Ministério Público aprovar", comentou.

"Você pega as minhas declarações de Imposto de Renda, pega tudo. Não sei porque estão atrás de mim, me enchendo o saco, manda para o promotor. Depois, a gente discute na Justiça. Depois, a gente resolve. Eu desconheço tudo, não posso te falar uma coisa que não sei. Eu não sei. Na minha casa, entra o meu salário de aposentado. Aí a justiça, mais tarde, você vai saber. Tem muita gente que está sendo processada. Daqui a pouco, você vai ver para não ter prejuízo da Justiça. Eu sou lesado a partir da hora que as pessoas estão me perseguindo moralmente. A Justiça vai chamar essas pessoas para conversar", concluiu.

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