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OPINIÃO

Mauro: "Técnicos não vão longe com referência em Cuca, Mano e Felipão"

Do UOL, em São Paulo

08/05/2020 12h00

A goleada por 7 a 1 da Alemanha sobre a seleção brasileira, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, abriu a chegada de uma nova geração de técnicos no futebol brasileiro, mas eles ainda não conseguiram se firmar nos clubes, com poucos exemplos de sucesso, como Tiago Nunes no Athletico-PR, em 2018 e 2019, além de Fabio Carille no Corinthians, em 2017.

No podcast Posse de Bola #31, o jornalista Mauro Cezar Pereira analisa os obstáculos encontrados pelos treinadores da nova geração e aponta como um dos problemas a referência em técnicos mais velhos que não se reciclaram.

"Esses novos técnicos, grande parte deles são caras que têm como influência os técnicos mais velhos daqui. A questão não é idade, a questão é o que o cara pensa do futebol, o que ele consegue pensar e executar. Eu fiz uma entrevista com o Tostão, publiquei no meu blog semana passada, longa, três partes, e num dos comentários dele ele fala, do cara que olha, sabe o que fazer, mas não sabe como fazer. Então, o sujeito até olha e fala: 'isso aí é legal, vou fazer no meu time. Como? Não sei, não sei fazer. Eu sei o que tem que fazer, mas como fazer", afirma Mauro (disponível no vídeo acima a partir de 59:01).

"Porque eles bebem nas mesmas fontes. Um exemplo é o Fabio Carille, as tentativas do Carille em mudar a forma de jogar do Corinthians no ano passado, nada dava certo. Por que? Porque o repertório dele se restringe basicamente a influências de Mano e Tite, que são escolas muito pobres de ideias", completa o jornalista.

Para Mauro, os novos técnicos não alcançarão o sucesso se tiverem como referências os mesmos nomes que se destacaram nas últimas duas décadas no futebol brasileiro.

"Com essas referências, o Cuca, o Mano, o Felipão, esses novos não vão a lugar nenhum. Esses caras têm que buscar outras experiências, outra maneira de ver futebol e como fazer isso. Esse é o desafio deles, os dirigentes darem oportunidade para aqueles que conseguirem aliar as duas coisas, novos ou mais velhos, que podem também buscar, se reinventar, mas normalmente eles não fazem isso", diz o jornalista.

"Quantos deles estarão nesse momento realmente mergulhando no conhecimento, buscando conhecimento para quando voltarem a trabalhar apresentarem algo de novo? Quantos que estão fazendo isso? Será que estão fazendo isso? Então, na verdade, o 7 a 1 e tudo não serviu para nada", finaliza.

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