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Inter demite mais de 40 funcionários, incluindo ex-jogador Índio

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Imagem: RODRIGO ZIEBELL/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

06/05/2020 12h17Atualizada em 06/05/2020 13h20

O Internacional desligou hoje 44 funcionários, de diferentes setores, em reflexo da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Na lista de demissões está Índio. O ex-zagueiro, bicampeão da Copa Libertadores, atuava no departamento consular do clube com aparição em viagens e eventos oficiais.

O número de demissões deve aumentar com novos comunicados nos próximos dias. A única área sem cortes na atual medida é o departamento de futebol, que não teve nenhum colaborador demitido nas últimas horas.

"Além da suspensão ou corte de contratos de terceiros, o clube, infelizmente, precisou reduzir em cerca de 8% seus postos de trabalho.", diz a nota oficial (leia texto na íntegra ao final da matéria).

As saídas mais recentes no futebol profissional foram do auxiliar técnico Ricardo Colbachini e André Volpi, auxiliar de preparação física. Os dois deixaram o Beira-Rio em 17 de março - um dia após a suspensão do Campeonato Gaúcho.

As demissões em diferentes áreas do clube já haviam iniciado na semana passada, com o desligamento de funcionários de setores como jurídico e administrativo. Mas avançaram agora e com número expressivo.

Marcelo Medeiros, presidente do Internacional, já havia dito à coluna do jornalista Mauro Cezar Pereira que o clube iria demitir mais funcionários nos próximos dias. Em abril, a diretoria informou plano de contingência que almeja corte de 30% das despesas no orçamento.

O UOL Esporte mostrou que o percentual desejado representa mais de R$ 110 milhões na planta financeira de 2020.

Confira nota oficial do Internacional na íntegra

A paralisação dos jogos e campeonatos causou um forte impacto no futebol. A crise financeira que se alastrou em várias atividades econômicas também bateu em todos os clubes. Não é diferente com o Sport Club Internacional. Caso se concretize um cenário de 90 a 120 dias de paralisação, a estimativa de perda de receita gira em torno de R$ 100 milhões. A possível rescisão do contrato de parceria para transmissão do Brasileirão, por exemplo, significará perda de cerca de R$ 25 milhões.

Desde o início da pandemia, o Conselho de Gestão do Internacional tem buscado soluções para esse enorme desafio. O objetivo sempre foi e será preservar a saúde das pessoas e garantir a sustentabilidade do clube para o futuro. A partir de estudos e simulações de fluxo de caixa, definiu-se uma meta de redução de 30% no orçamento de todos os departamentos.

Nesse sentido, foram empreendidas diversas rodadas de negociação com fornecedores e instituições financeiras, além de um permanente acompanhamento jurídico das medidas de apoio implementadas pelo poder público. Todos os novos investimentos, contratações de serviços e compras que não estejam estritamente relacionados ao funcionamento do clube foram, até segunda ordem, completamente suspensos.

Com transparência e seriedade, o clube também tem dialogado com seu quadro funcional para buscar uma adequação a essa nova realidade econômica advinda da pandemia. Em comum acordo com o grupo de jogadores, o Internacional realizou repactuações significativas para o período de interrupção das atividades - e que, por questões contratuais de confidencialidade, não podem ser detalhadas.

Após o retorno do período de férias concedido até 30 de abril, novas medidas foram tomadas. Funcionários que possuem os menores salários manterão a integralidade de seus pagamentos. Para os demais que tiverem a carga horária diminuída, serão descontados 25% dos vencimentos. Além da suspensão ou corte de contratos de terceiros, o clube, infelizmente, precisou reduzir em cerca de 8% seus postos de trabalho.

Todas as decisões tomadas refletem o período de exceção que vivemos. O momento é de grandes dificuldades e privações - mas, com a união dos colorados e coloradas, voltaremos mais fortes e unidos.