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Grupo formaliza pedido que pode resultar em expulsão de Bandeira do Fla

Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, pode sofrer processo - Gilvan de Souza/ Flamengo
Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, pode sofrer processo Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Alexandre Araújo e Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/04/2020 04h00

As declarações do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, que disse que o Incêndio no Ninho do Urubu dificilmente teria ocorrido se ele ainda estivesse no comando do Flamengo, podem resultar na expulsão do antigo mandatário do quadro social do clube.

O grupo "Vanguarda Rubro-negra", ala de conselheiros capitaneada por Marcelo Vargas, candidato da Chapa Branca na última eleição presidencial, enviou a peça na noite de ontem (26) a Bernardo Amaral, presidente do Conselho de Administração. Na carta, cerca de 20 conselheiros signatários indicaram que Bandeira pode ter pretensões políticas nas eleições municipais deste ano e afirma que "o pronunciamento inconsequente de um ex-presidente traz um prejuízo de grande repercussão negativa para o clube, em um momento de crise mundial, onde toda a sociedade está fragilizada por uma pandemia que vem ceifando vidas e que trará sequelas à economia mundial".

Estes rubro-negros se apoiam no estatuto social do Fla para defender a abertura de uma investigação. Segundo eles, o ex-mandatário teria infringido duas normas estatutárias: "abster-se de usar qualquer meio de comunicação para veicular expressões desonrosas contra o Flamengo, ou os membros de seus Poderes, em campanha eleitoral, ou em razão de suas funções", e "veicular expressões desonrosas, por qualquer meio de comunicação, contra o Flamengo, ou os membros de seus Poderes, em campanha eleitoral, ou em razão de suas funções". O artigo 49 do conjunto de normas do Flamengo prevê suspensão de até 360 dias ou eliminação.

A fala de Bandeira de Mello caiu como uma bomba na Gávea e motivou uma nota oficial. No comunicado, a atual gestão do clube implicou Bandeira na tragédia, já que ele teria sido responsável pela aquisição dos contêineres. Além disso, a cúpula rubro-negra ressaltou que o Flamengo havia sido notificado pela Prefeitura do Rio por conta das más condições do local.

O presidente Rodolfo Landim e seus pares procuraram colocar panos quentes no episódio, mas o silêncio foi quebrado por Marcos Braz, vice-presidente de futebol. Em entrevista à FlaTV, Braz não mediu as palavras e atacou Bandeira:

"O presidente Bandeira de Mello foi muito infeliz nas declarações. Infeliz está barato para ele. Se analisar bem, foi covarde ou mau caráter. Não conheço muito ele. Esta atitude eu não sei se foi de mau caráter ou oportunista. Quem trabalhou com ele acha que foi de mau caráter, eu acho que foi de oportunista", disse ele.

O incêndio no Ninho do Urubu completou um ano no último dia 8 de fevereiro. Até aqui, o clube conseguiu acordos apenas com as famílias de Gedinho, Athila, Vitor Isaias, e com o pai de Rykelmo. O Fla paga uma pensão mensal de R$ 10 mil para as 10 famílias das vítimas.