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OPINIÃO

Mauro: "O que Romário realizou no futebol e na seleção foi algo ímpar"

Do UOL, em São Paulo

07/04/2020 12h00

A participação de Arnaldo Ribeiro no quadro Sincerão do UOL, na qual o jornalista classificou Romário como um jogador superestimado, virou um dos temas em debate do podcast Posse de Bola #27, com Mauro Cezar Pereira discordando da opinião do colega.

Para Mauro Cezar, ao mesmo tempo em que o técnico Vanderlei Luxemburgo conta com a boa vontade de alguns jornalistas, a carreira de Romário como jogador não recebe a mesma benevolência.

"Essa questão da tentativa de desconstrução do Romário, cada hora é um setor, uma hora é o Arnaldo Ribeiro, outra hora é o Guga Chacra. 'Ah porque o Rivaldo foi melhor, o Careca foi melhor'. Nada disso, isso aí é uma tentativa de desconstruir o Romário, o que o Romário realizou no futebol e na seleção brasileira, já que as pessoas dão tanta importância para a seleção brasileira, foi algo ímpar e não é nenhum discurso que vai desconstruir", afirma Mauro Cezar (disponível no vídeo acima a partir de 34:02).

"O Tostão escreveu uma coluna didática que lembra, refresca a memória das pessoas sobre o que era o Romário e o que ele fazia em campo. Ele resume muito bem, inclusive, quando diz que as pessoas acabaram lembrando, inclusive o [ex-jogador argentino Jorge] Valdano, do Romário do fim de carreira, esqueceram o Romário em toda a trajetória, começou nos anos 80, não começou com 38 anos de idade. Começou lá garoto jogando no Vasco com o Roberto Dinamite. Já fazendo coisas terríveis para os seus adversários. Então, o Romário não tem essa mesma boa vontade", completa Mauro.

Mauro cita a forma como Romário foi decisivo na classificação do Brasil para a Copa do Mundo de 1994 e na conquista do título nos Estados Unidos, o tetracampeonato mundial que tirou a seleção brasileira de um jejum que chegava a 24 anos, desde o último Mundial de Pelé, em 1970, no México. Romário fez gols em cinco dos sete jogos do Brasil na Copa, além do passe para Bebeto na vitória por 1 a 0 sobre os Estados Unidos e do pênalti convertido na decisão contra a Itália.

"Não pode esquecer que, em 1994, o Brasil não chegava nem a uma final desde 1970, vinha de seguidos fracassos, ele era detestado pela comissão técnica, teve briga com o médico, com o Lídio Toledo, o Zagallo não curtia ele, o Parreira não convocava e só convocaram porque estava com o Uruguai chegando com a faca para colocar no pescoço do Brasil naquele jogo do Maracanã. Ele foi lá e decidiu. Aí volta na Copa do Mundo e vai decidindo jogos numa atmosfera, num ambiente muito pior do que as outras Copas. Quem jogou em 1998 e 2002 jogou muito mais tranquilo, porque em 1994 quebrou o jejum", afirma Mauro Cezar.

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