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OPINIÃO

Juca Kfouri: "Ronaldinho Gaúcho terminou a carreira devendo para o futebol"

Do UOL, em São Paulo

26/03/2020 04h00

Ronaldinho Gaúcho completou 40 anos no último sábado (21), enquanto segue preso no Paraguai, depois de ter entrado no país com um passaporte adulterado paraguaio. No Posse de Bola #25, os jornalistas analisaram a carreira do melhor jogador do mundo nas temporadas de 2004 e 2005.

Para Juca Kfouri, Ronaldinho o fez acreditar que poderia ser o jogador mais próximo do que fez Pelé, mas acabou a carreira longe da expectativa criada em seu auge no Barcelona, devendo para o futebol.

"Eu acho que o Ronaldinho Gaúcho terminou a carreira devendo para o futebol. Ele fez coisas magistrais, mágicas, absolutamente inesquecíveis, mas nos deixou com gosto de quero mais porque ele não levou a carreira a sério como deveria. Vai ter saudade disso, eu não tenho dúvida nenhuma, um dia vai pensar e dizer: 'puxa vida, eu podia ter usufruído mais do meu tempo de jogador de futebol, porque tinha todo o tempo do mundo para ter a vida de popstar'", afirma Juca.

Em uma comparação proposta por Eduardo Tironi, entre Ronaldinho Gaúcho e Garrincha, Juca apontou as semelhanças em aspectos no campo e as diferenças no desfecho das carreiras.

"A diferença do Pelé para o Mané, é que o Pelé deixava os estádios boquiabertos, estupefatos, surpresos, o Mané fazia os estádios gargalharem. Eu acho que essa também é um pouco a diferença entre o Ronaldinho Gaúcho, o Cristiano Ronaldo, o Messi, que são jogadores que deixam os estádios perplexos, mas não chegam a fazê-los gargalhar. O Ronaldinho fazia. O Ronaldinho tinha essa coisa chapliniana, meio Carlitos do jeito de jogar futebol", afirma Juca.

"Mané Garrincha teve uma imposição física. Foi muito maltratado pela cartolagem do Botafogo, tomou muita injeção no joelho, muita infiltração, teve uma carreira, portanto, interrompida por impossibilidade física. A do Ronaldinho foi mental. Ele fez a opção preferencial pela vida mundana, por ser popstar e não por ser jogador de futebol. E isso fez com que ele não brilhasse tanto tempo como tecnicamente ele poderia. Eu também vou dizer que daqueles dois anos em que ele brilhou e foi o melhor do mundo, eu cheguei a desconfiar de que ele era o cara que se aproximava mais do patamar do Rei Pelé. Infelizmente, ele não seguiu adiante", completa.

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