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'O treinador, às vezes, tem que ser maternal', diz Fernando Diniz

Fernando Diniz comandou o São Paulo em partida contra a LDU pela Copa Libertadores - Marcello Zambrana/AGIF
Fernando Diniz comandou o São Paulo em partida contra a LDU pela Copa Libertadores Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/03/2020 23h15

Em entrevista ao Troca de Passes, do SporTV, hoje (25), Fernando Diniz, treinador do São Paulo, explicou aquilo que tem sido apontado como insistência em alguns jogadores, dizendo que o técnico tem o trabalho de entender os atletas da melhor maneira possível.

"A gente sabe a classe social dos jogadores e imagina os problemas que tiveram. Eu fui um deles. O Pato, como outros, saiu de casa com 11 anos de idade. Eu não estou tentando recuperar o futebol do Pato, estou tentando cada vez mais entendê-lo como pessoa. Pato é um super talento. Tem coisas muito difíceis que ele faz com imensa naturalidade. O Pato não é aquilo que aparentava ser, desligado ou sem interesse. É um cara que precisava ser compreendido. Falam que o treinador tem que ser paternal, às vezes tem que ser maternal [...] Em todas as minhas falas fica muito claro que existe uma pessoa por trás do jogador. Você conhecendo os limites e as angústia dele, ajuda muito", declarou.

Diniz ainda falou sobre o seu objetivo com os treinos, dizendo que não há como controlar o placar do jogo e que análises baseadas apenas nos resultados são um grande erro.

"Os meios eu tento controlar, porque os fins a gente não controla. As pessoas resumem tudo ao placar do jogo, um erro tremendo. A gente precisa desenvolver os meios. Isso vai aumentar as chances de ganhar no fim. O pilar do meu trabalho é ajudar os jogadores, que as pessoas se sintam seguras. Quando a gente está sob a ótica do medo no futebol, a gente não cria. Só reage ao adversário. Treino de finalização é rotina no São Paulo. No treinamento, sem oposição e sem emoção do jogo, o índice de aproveitamento é sempre muito alto. Quando você chega na cara do gol, tem muitos elementos que fazem você fazer ou não o gol. O principal é a confiança. A solução é sempre muito simplificada: treinar finalização. Ela melhora pouco se você não tiver confiança no jogo. Esses fatores emocionais são os que interferem, mas quase nunca estão na discussão", completou.