Topo

Dono do Hoffenheim é protagonista de disputa EUA x Alemanha por vacina

Dietmar Hopp, dono do Hoffenheim, é também o proprietário da empresa que trabalha em uma vacina para o novo coronavírus - Daniel Roland/AFP
Dietmar Hopp, dono do Hoffenheim, é também o proprietário da empresa que trabalha em uma vacina para o novo coronavírus Imagem: Daniel Roland/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/03/2020 19h39

Dietmar Hopp foi protagonista de uma cena incomum no Campeonato Alemão em 2020. O empresário é o dono do Hoffenheim e, para quem não se lembra, foi alvo de protesto da torcida do Bayern de Munique em duelo entre os dois clubes no dia 29 de fevereiro.

Embora seja visto como um possível vilão no futebol alemão, graças à influência dos aportes financeiros de suas empresas na equipe da qual é dono, Hopp também é candidato a mocinho fora dos campos. Afinal, o empresário é um dos responsáveis pela CureVac, empresa que vem realizando pesquisas para uma vacina contra o novo coronavírus.

"O bilionário Dietmar Hopp é o principal proprietário da empresa sediada na cidade de Tübingen. A segunda maior acionista é a Fundação Bill e Melinda Gates, que, juntamente com a CureVac, desenvolve vacinas contra uma variedade de doenças infecciosas", explicou a revista alemã Der Spiegel.

A CureVac é uma das produtoras de vacinas financiadas pela Coalition for Epidemic Preparedness Inovations (Cepi). Na última semana, a empresa anunciou que poderá produzir em massa uma imunização contra o coronavírus responsável pela Covid-19 se sua técnica de vacina de dose reduzida mostrar bons resultados em testes.

Os resultados alcançados até aqui viraram polêmica hoje, depois que o governo da Alemanha acusou a presidência dos Estados Unidos de tentar se apropriar financeiramente do projeto. O jornal Die Welt diz que o presidente norte-americano, Donald Trump, estaria tentando conseguir uma exclusividade para a pesquisa — o que faria com que a vacina fosse desenvolvida apenas para os Estados Unidos. Criou-se então uma pequena crise entre os países.

"Os pesquisadores alemães desempenham um papel de primeiro nível no desenvolvimento de medicamentos e vacinas e não podemos permitir que outros busquem a exclusividade de seus resultados", afirmou Heiko Mass, ministro das Relações Exteriores da Alemanha.

Em meio à confusão, a CureVac negou a informação de que seus pesquisadores estariam negociando com Trump. E o próprio Dietmar Hopp deixou claro que os objetivos da pesquisa são para todo o mundo.

"Se esperamos poder desenvolver uma vacina eficaz contra o coronavírus em breve, essa pessoa não deve apenas alcançar e proteger as pessoas regionalmente", disse, também segundo a Der Spiegel.

Coronavírus liga alerta pelo mundo