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Relatório mostra suposta infração na prisão de Ronaldinho. Promotor nega

Ronaldinho e Assis, algemados, na Suprema Corte do Paraguai - JORGE ADORNO
Ronaldinho e Assis, algemados, na Suprema Corte do Paraguai Imagem: JORGE ADORNO

Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

15/03/2020 04h00

A defesa de Ronaldinho Gaúcho e Assis alega que os irmãos foram presos em Assunção sem ordem Judicial. Em um dos recursos apresentados, os advogados anexaram relatório com horários que mostram a cronologia dos atos que culminaram na detenção. De acordo com o documento, quando eles foram abordados, o pedido de prisão preventiva ainda não havia sido julgado. O Ministério Público, porém, nega que tal irregularidade tenha ocorrido.

A reportagem teve acesso a relatório que mostra que os dois já haviam sido detidos quando a ordem de prisão foi emitida. De acordo com a defesa, os horários foram registrados no sistema oficial usado pelas autoridades.

O documento diz que Ronaldinho e Assis chegaram por volta das 22 horas do último dia 6 no quartel transformado em prisão no qual estão até hoje.

O relatório indica também que o pedido de prisão preventiva foi registrado apenas às 22h57, juntamente com requerimento do novo promotor designado para o caso naquela ocasião para que os dois fossem processados por porte e uso de documentação pública paraguaia com conteúdo falso.

Procurado pela reportagem, o promotor em questão, Osmar Legal, enviou mensagem negando que os irmãos tivessem sido detidos antes de a prisão preventiva ser oficializada.

"É mentira, isso tudo está informatizado", respondeu o membro do Ministério Público paraguaio.

Ao ser questionado no fim da tarde de ontem (14) se poderia informar os horários em que a prisão preventiva foi solicitada e em que os irmãos foram efetivamente presos, Legal afirmou: "Hoje não é possível porque não estou com a pasta".

No último dia 5, o Ministério Público do Paraguai havia entendido que Ronaldinho e seu irmão não deveriam ser processados.

Porém, no dia seguinte, o juiz de garantias Mirko Vallinotti não ratificou o pedido do MP e deu dez dias para a procuradora geral Sandra Quiñónez ratificar ou rejeitar o pedido dos promotores, que tinham livrado os ex-jogadores do processo em troca de colaboração com a Justiça e reparação social.

O documento anexado pelos defensores de Ronaldinho em um dos recursos mostra que nesse mesmo dia os irmãos chegaram ao hotel em que estavam às 21h. Segundo a peça anexada ao recurso, a polícia já estava lá para prender Ronaldinho e Assis. Isso uma hora e 57 minutos antes da apresentação oficial do pedido de prisão preventiva, segundo relatório apresentado pela defesa.

Os advogados de Ronaldinho e Assis sustentam que nenhum papel foi apresentado pelos policiais que efetuaram a prisão confirmando sua decretação. Eles afirmam que uma série de irregularidades teria acontecido no processo e consideram que a prisão antes de a ordem oficial ser emitida é a principal delas.

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