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Briga, choro e objetos perdidos: mais uma noite de violência em S. Januário

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/03/2020 12h36

Já virou praxe: em ano eleitoral no clube, os jogos em São Januário são tomados pela tensão e o medo, principalmente se, em campo, o resultado não vier para o Vasco. Ontem (12), com mais de 17 mil presentes, não foi diferente. O Cruzmaltino foi derrotado por 1 a 0 para o Goiás - pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil - e as lamentáveis cenas de vandalismo se repetiram: pancadaria, instrumentos atirados em direção aos outros, bombas, correria, desespero, choro de crianças e pertences perdidos.

O episódio em questão aconteceu ainda com a bola rolando, já na parte final do segundo tempo, quando gritos de protesto contra o presidente cruzmaltino, Alexandre Campello, foram entoados. Minutos depois, foram iniciadas as primeiras brigas na arquibancada atrás do gol, no local próximo ao setor vip.

Rapidamente ela se espalhou para onde costumeiramente fica situada a torcida mais volumosa do Vasco. Foi então que os agressores, que vinham daquele lado, tomaram posse de instrumentos e passaram a atirar surdos e repiques em direção ao público indiscriminadamente, não se importando que, em meio a correria, tinham idosos, crianças e mulheres.

A partir dos 18 segundos do vídeo gravado pelo UOL Esporte (acima), um grupo é flagrado saindo da esquerda, onde nada acontecia, em fileira, em direção ao tumulto.

A pancadaria generalizada foi parcialmente controlada com a chegada dos policiais, que ocuparam o local com bastões e escudos. Sprays de pimenta foram utilizados para dispersar os vândalos.

No setor social, onde ficam muitos dirigentes, conselheiros e sócios, o clima também esquentou, com muita discussão entre correntes partidárias opostas, precisando que a segurança agisse.

Do lado de fora, mais briga na rua General Almério de Moura, com garrafas de vidro atiradas e um homem retirado de um táxi para, posteriormente, ser espancado.

Comandante do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (Bepe), o tenente-coronel Silvio Luiz ainda não consegue afirmar que a briga teve motivação política, como de costume. O oficial também ressaltou que não houve prisões.

"Não foi muito diferente de outras partidas em que o Vasco não consegue a vitória. Um grupo ataca o outro. Eu não tenho como afirmar se são grupos que apoiam candidatos diferentes. Em outros anos se tinha isso de uma forma mais latente, mas levamos a crer que sim, porque são todos torcedores do Vasco, e de repente, estão em conflito", disse o tenente-coronel ao UOL Esporte complementando: "Não teve presos porque o objetivo era dispersar o tumulto naquele momento".

Pertences perdidos

Poucas horas depois da partida, alguns internautas passaram a relatar nas redes sociais objetos que haviam sido perdidos em meio ao tumulto, incluindo até mesmo uma mochila de criança que continha documentos e outros pertences da pequena vascaína. Outros relatos de perda foram de celulares. Uma corrente foi feita para tentar localizar o que ficou pelo caminho:

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