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Neymar dá carrinho, faz gol incomum e chora em noite de alívio no PSG

Neymar comemora a classificaçãop do PSG para as quartas de final - REUTERS
Neymar comemora a classificaçãop do PSG para as quartas de final Imagem: REUTERS

João Henrique Marques

Do UOL Esporte, em Paris

11/03/2020 20h59

Foi um Neymar diferente do habitual em campo. A começar pelo gol de 'peixinho' no primeiro tempo. O brasileiro ainda teve participação no segundo gol do Paris Saint-Germain, mas foi no ímpeto defensivo que demonstrou toda a ansiedade gerada por uma enorme pressão no PSG. A vitória por 2 a 0 e virada no confronto contra o Borussia Dortmund foi uma noite de alívio que terminou em choradeira.

No confronto, Neymar ainda teve que superar uma dor no ombro ao cair de mau jeito no gramado nos minutos iniciais. O camisa 10 foi atendido, pediu para voltar, e passou todo o restante do confronto levando a mão no local a cada disputa com o corpo. Não à toa, assim que chegou no vestiário foi atendido e teve que fixar uma faixa com gelo no ombro aparentemente lesionado.

Neymar chorou no centro do campo pouco depois do apito final. Ao subir a arquibancada com os companheiros para comemorar com os outros jogadores e os torcedores que aguardavam do lado de fora, o camisa 10 também não teve forças e sentou: voltou a chorar muito.

O choro deixa claro um ambiente de pressão que Neymar vive no PSG desde a contratação em agosto de 2017. Afinal, todos esperavam que ele fosse capaz de conduzir o time francês a feitos como esse de classificação na fase de mata mata na Liga dos Campeões.

Lesionado, ele não participou dos jogos de eliminação do PSG pelas oitavas de 2018, contra o Real Madrid, e 2019, contra o Manchester United. O fato de estar impossibilitado de ir a campo não protegeu o craque da imagem de um fracasso esportivo. Entrando sempre nessa conta os 222 milhões de euros investidos por sua contratação e a queda bem mais cedo pela Liga dos Campeões do que a cúpula do clube parisiense esperava.

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A atuação fora do comum

Atuando longe de uma zona de conforto de esperar a bola e pouco marcar, Neymar usou o lado do campo para recompor a marcação e em raros momentos da segunda etapa atravessou o meio-campo para atacar. A quantidade de passes recebidos, 39, ficou bem distante da média de mais de 60 bolas recebidas que tem no PSG. No jogo, 5 jogadores do time foram mais acionados que o brasileiro (Cavani, Gueye, Paredes, Kimpembe e Marquinhos).

Com tanto esforço defensivo, Neymar variou de lado no segundo tempo. Foi pela direita, por exemplo, que provocou o contra-ataque que terminou com falta, briga e a expulsão do volante do Borussia, Emre Can, nos minutos finais.

Neymar tem papel de protagonista da classificação por também ter feito o gol do PSG na derrota por 2 a 1 no jogo de ida. No entanto, a UEFA deu para o lateral esquerdo do PSG, Juan Bernart, o autor do segundo gol do time francês, o prêmio de melhor jogador no Parque dos Príncipes.

Gol dedicado a Mbappé

Kylian Mbappé estava triste por ficar no banco de reservas - perdeu treinos na semana por conta de amigdalite e debilitado fisicamente -. Para motivá-lo, Neymar pediu que o francês confiasse que marcaria um gol em sua homenagem. Na comemoração, o camisa 10 correu para abraçar o amigo no banco.

"O Mbappé teve quatro dias com febre, queria muito jogar, mas tive que optar pela presença no banco. Ele entendeu muito bem a questão, e todos deram muito apoio", destacou Tuchel ao fim do jogo em entrevista à televisão francesa RMC.

Foi com Mbappé que Neymar passou a maior parte do tempo comemorando a vitória do PSG. Os dois se uniram nos vestiários para uma sessão de fotos e vídeos à base de muita celebração.