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Gre-Nal da Libertadores é chance para fugir do padrão e fazer 'jogo bonito'

Ricardo Duarte/Inter / Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Imagem: Ricardo Duarte/Inter / Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

10/03/2020 04h00

O Gre-Nal 424, o primeiro da história na Copa Libertadores, coloca frente a frente times que gostam de jogar para frente e se orgulham disso. Renato Gaúcho e Eduardo Coudet, com ideias diferentes, buscam o mesmo em estágios distintos. O que une os dois treinadores de Grêmio e Internacional é a chance de fugir do padrão do clássico de Porto Alegre — especialmente das últimas décadas, e fazer um jogo 'aberto'.

Grêmio e Internacional se enfrentam na quinta-feira (12), às 21h (horário de Brasília). O jogo, válido pela segunda rodada do Grupo E da Libertadores, será na Arena do Grêmio.

O clichê na expectativa do enfrentamento gaúcho não é o ideal para quem gosta de futebol. Gre-Nal muitas vezes é sinônimo de confronto físico, pancadaria, brigas, discussões, ânimos acirrados e nervosismo à flor da pele. Não foram poucas as vezes que os treinadores montaram suas equipes preferindo não perder do que tentar ganhar.

Em 2020, os dois lados favorecem uma esperada quebra de paradigma. Renato evolui dentro da proposta de dominar o jogo com a posse e passes curtos. Coudet procura (e tem encontrado, em certa medida), acossar o adversário com pressão e intensidade.

"Sem dúvida será uma partida atrativa. Os dois vão tentar dominar o jogo. Agora, a realidade é que é um clássico e às vezes o que se pensa no papel pode não acabar saindo da mesma forma. Pode ser um jogo fechado e disputado. Mas a intenção dos dois times e treinadores é ser protagonista, isso é claro. Os clássicos são diferentes, muitas vezes não importa como os times chegam, são jogos que se atua de outra maneira e vamos fazer de tudo para ter um bom jogo. Tomara que possamos ganhar", disse o treinador do Internacional.

Coudet não esconde a preferência por montar o Inter no ataque. Não é raro ver o time com seus zagueiros na intermediária do oponente, o goleiro tendo que sair repetidamente para evitar lançamentos até mesmo fora da área. A construção de jogadas promove muitas conclusões, mas ao mesmo tempo a equipe também comete algumas faltas táticas para parar as jogadas e anular o pior cenário.

O Grêmio mantém o estilo adotado com Roger Machado em 2015 e que já evoluiu tantas vezes. Na atual temporada, a formação mudou em razão da ausência de um armador, mas Renato Portaluppi promove um futebol de posse e domínio da partida. Um dado comprova essa vocação: a média de faltas cometidas da equipe gremista é inferior a dez por partida.

"Jogando com três volantes nosso meio-campo fica mais forte. Por ter mais jogadores, por ter qualidade nos três volantes que gostam de jogar e tem boa pegada. Não é o sistema que vinha jogando antes, mas deu certo. É uma formação que o Renato ganha, tem opção a mais", comentou Lucas Silva, volante ex-Cruzeiro e Real Madrid e uma das caras novas do time.

Fora de campo, os dois treinadores já quebraram um dogma. Tanto o argentino quanto o gaúcho trocaram gentilezas e demonstrações de respeito. As diretorias de Grêmio e Inter farão jantar de confraternização à véspera do clássico, na busca por dar exemplo às torcidas.