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Moro liga para autoridades paraguaias para saber sobre prisão de Ronaldinho

Marcelo Camargo/Agência Brasil Brasilia-DF
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil Brasilia-DF

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

09/03/2020 15h02

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ligou para as autoridades paraguaias para se informar sobre o caso envolvendo Ronaldinho Gaúcho e Roberto Assis, presos no país vizinho por usarem documentos falsos.

Por meio de sua assessoria, Sérgio Moro confirmou que está acompanhando o caso, mas ressaltou que "o Paraguai é soberano para tomar decisões".

A informação foi dada inicialmente pelo "Globoesporte.com" e confirmada pelo UOL Esporte.

Sérgio Moro tem viagem marcada para o Paraguai para os dias 26 e 27 de março. De acordo com o despacho publicado hoje (9) no Diário Oficial da União, a visita ao país vizinho não tem relação com a prisão de Ronaldinho. O ministro "dará palestras e participará de reuniões sobre segurança pública e cooperação penitenciária".

Ronaldinho Gaúcho e Assis estão presos preventivamente em Assunção, no Paraguai, desde a noite da última sexta-feira (6).

Vale lembrar que Ronaldinho Gaúcho é embaixador do turismo brasileiro desde 2019. Apesar disso, a defesa do ex-jogador tem mantido o presidente Jair Bolsonaro longe da discussão sobre a estratégia para reverter a prisão dele e de seu irmão.

A defesa nega que exista atenção especial de Bolsonaro ao caso por conta da amizade entre ambos. Sustenta que o consulado brasileiro em Assunção auxilia os irmãos como faz com todos os cidadãos do país em situação semelhante.

Em entrevista coletiva neste domingo (8), Sergio Queiroz, advogado brasileiro de Ronaldinho, foi questionado se acionaria Bolsonaro. Ele respondeu que não e afirmou não ser seu papel conversar com o governo.

Na manhã de hoje (9), a defesa de Ronaldinho Gaúcho e Assis apresentou um recurso contra a decretação de prisão preventiva de ambos. Deve haver uma audiência nesta terça para julgar o pedido.

Entenda o caso

Detido no hotel com Assis

Ronaldinho e Assis acabaram detidos pela Polícia paraguaia na noite de quarta-feira (04) na suíte de um hotel. A convite para dois eventos no país vizinho, o ex-jogador do Barcelona e o irmão receberam passaportes e registros civis (equivalente ao RG brasileiro) paraguaios. Nos documentos, o ex-camisa 10 da seleção era identificado como paraguaio naturalizado.

Por que não abordaram Ronaldinho no aeroporto?

O reconhecimento dos documentos falsos de Ronaldinho e Assis ocorreu ainda no aeroporto paraguaio. Porém, diante de todo o cenário de presença de público para a chegada do ex-jogador, as autoridades decidiram postergar a abordagem para o período da noite, já no hotel e minimizando as chances uma confusão com fãs do antigo astro do Barcelona.

Quem foi preso?

Antes de Ronaldinho, Assis e Dália, Wilmondes Sousa Lira, brasileiro de 45 anos, foi preso pela polícia ainda no início das investigações sob a acusação de fornecer os passaportes. Outra mulher com suposta relação com o caso também foi detida pelas autoridades.

Depoimento longo

Ronaldinho e Assis permaneceram boa parte da última quinta-feira (05) no Ministério Público para prestar esclarecimentos. Os dois chegaram pela manhã e só saíram no fim da tarde, sem responder a totalidade de perguntas sobre o caso.

Caso rende renúncia

O caso Ronaldinho provocou a renúncia de Alexis Penayo, diretor do Departamento de Migrações do Paraguai. Penayo alegou falta de apoio. Em nome do ministro Euclides Acevedo, o Ministério do Interior paraguaio criticou publicamente o departamento pela falta de posição assim que Ronaldinho desembarcou no país.