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Zico pede Gabigol na seleção e cobra mudanças: "Está perdendo a magia"

Zico, ex-jogador do Flamengo - Masashi Hara/Getty Images
Zico, ex-jogador do Flamengo Imagem: Masashi Hara/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/03/2020 17h25

Aniversariante da semana, Zico - que completou 67 anos na última terça-feira (3) - acredita que Gabigol é o melhor atacante brasileiro e que deve ser, no mínimo, convocado para a seleção, que, na opinião do Galinho, tem perdido sua magia e identificação com o torcedor.

Em entrevista ao Tarde Redonda, do Fox Sports, de hoje (5), Zico afirmou que não seria nenhum absurdo se Gabigol fosse titular na equipe comandada por Tite.

"Eu sempre defendi que deve ir para a seleção quem está melhor no momento. Acho que no Brasil ninguém está melhor que o Gabigol. Então, não seria nada de mais se ele assumisse logo a titularidade. Hoje, você tem o Gabriel Jesus, reserva do City, e o Firmino, que é titular do Liverpool, mas joga com outra característica na seleção. Se for pra ser reserva do Firmino, até entendo, mas acho que ele é o melhor em atividade agora", declarou.

Zico também elogiou a postura de Gabigol como ídolo do Flamengo. Na opinião do ex-jogador, o atacante tem demonstrado entender sua responsabilidade com a torcida.

"É bacana ver o Gabigol dessa maneira, entendendo o ídolo que ele é hoje, a responsabilidade que ele carrega. Gosto muito da maneira com que ele se expressa e do carinho que ele tem pelo Flamengo. Desejo todo sucesso ao Gabigol", disse.

O Galinho também opinou sobre o futebol da seleção brasileira de uma maneira geral. Zico entende que o Flamengo deve ser a base da equipe comandada por Tite.

"Eu me lembro que nas eliminatórias para a Copa de 70, a base do time era Santos e Botafogo. Em 1982, Flamengo e Atlético-MG. Os técnicos tem que saber aproveitar estes momentos. Os flamenguistas podem até ficar bravos comigo, mas a boa base da seleção tem que ser o time do Flamengo", avaliou.

Para o ídolo flamenguista, a seleção brasileira tem apresentado um futebol "burocrático" e deve mudar sua forma de jogar para se aproximar do torcedor novamente.

"Acho que precisamos de um futebol mais alegre, audacioso. A seleção brasileira parece jogar por obrigação, parece que os jogadores não estão muito felizes por estar lá. E isso repercute dentro de campo, com um futebol burocrático, sem vibração. O começo do Tite foi muito bom, mas quando os adversários começaram a se preparar melhor, parece que nós não tínhamos um Plano B e o rendimento caiu. Ganhar a Copa América não quer dizer muita coisa porque a América do Sul está muito abaixo do futebol europeu, mesmo em relação a clubes. Tem que mudar a forma de jogar da seleção para ter uma identificação maior com o público. Seleção é magia, perspicácia, e parece que estamos perdendo tudo isso", completou.