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Lembra do zagueiro Marinho? Saiba por que ele voltou a jogar aos 43 anos

Marinho, hoje no Atlético Roraima, estava aposentado há dez anos, quando passou pela Ponte Preta - Hélio Garcias
Marinho, hoje no Atlético Roraima, estava aposentado há dez anos, quando passou pela Ponte Preta Imagem: Hélio Garcias

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

05/03/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Marinho está retomando sua carreira aos 43 anos, no Atlético Roraima
  • Última partida foi pela Ponte Preta, na Série B de 2009. Depois, parou
  • Clube queria alguém experiente e campeão que morasse em Boa Vista
  • Marinho foi campeão nacional em Grêmio (2001) e Corinthians (2005)
  • Ele conduzia um projeto social antes de aceitar a volta ao futebol

O zagueiro Marinho teve carreira sólida no futebol brasileiro. Em 2001, fez gol em final de Copa do Brasil e levantou a taça pelo Grêmio. Em 2005, foi titular da campanha do Corinthians campeão do Brasileirão. Também defendeu os rivais Guarani e Ponte Preta, além do Athletico Paranaense e de uma passagem de três meses pelo Besiktas, da Turquia. Ele parou em 2009, aos 33 anos, pois já não era nem sequer titular da Ponte na Série B.

Mas o objetivo aqui não é contar a história da carreira dele. E sim a razão de ele ter aceitado voltar a jogar profissionalmente dez anos depois do último jogo. Aos 43, Marinho reestreia na próxima terça-feira (10).

Ok, ele está longe do topo que já ocupou um dia. O retorno será pelo Atlético Roraima, contra o Rio Negro, pela segunda rodada do Campeonato Roraimense - Marinho não atuará na estreia porque o torneio tem apenas cinco times e o dele folgará na abertura. Mas ainda assim é algo que nem ele esperava viver a essa altura. "Vontade de jogar a gente nunca deixou de ter. Pode até esconder, mas ela fica guardada. Aí apareceu uma possibilidade e me deu aquele brilho no olho. Por isso estou aqui. É um projeto de crescimento do clube, visando voltar a ganhar títulos no Estado, eu achei interessante e vim passar minha experiência", conta, ao UOL Esporte.

Marinho em treino - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Aos 43 anos, Marinho treina com novos companheiros do futebol roraimense
Imagem: Reprodução/Instagram

O Atlético Roraima é um clube oito vezes campeão estadual, mas sua última conquista rolou há longos dez anos. Marcelo Pereira, que é gestor e técnico da equipe, queria alguém experiente e com trajetória reconhecida no futebol brasileiro que aceitasse se mudar para Boa Vista. Não foi tarefa fácil chegar ao nome de Marinho. Mas deu certo.

"Em 2010 eu tentei ajudar o Jamelli num time de Barueri, mas fiquei só um mês. Depois fiquei totalmente parado do futebol, um bom tempo. Em seguida fui conhecer um pouco do ramo hoteleiro e há pouco tempo iniciei um projeto social em Campinas para ajudar pessoas carentes. Eu ainda não estava divulgando e agora terá que ficar em standby", conta Marinho, que espera reabrir as portas no futebol com a aventura no Atlético Roraima.

Marinho no Corinthians - AFP - AFP
Marinho foi campeão brasileiro e fez gol no River Plate em 92 partidas pelo Corinthians
Imagem: AFP

"Se eu falar que espero continuar jogando por mais tempo depois daqui é mentira. Vou ajudar o máximo possível, sou um auxiliar dentro de campo, mas depois espero, se Deus permitir, seguir no meio, numa possibilidade de continuar trabalhando como treinador ou dirigente."

Não que eu seja um jogador excelente. Não cheguei nem à seleção, por exemplo. Mas devido ao pouco que eu fiz e aos títulos que ganhei o Atlético está tendo uma divulgação diferente. Ele está nas notícias. Não nas primeiras, mas está aparecendo. Que o clube e os jogadores aproveitem para ser vistos. Eles me ajudam, eu ajudo eles.

Nos últimos anos, Marinho mantinha a forma em treinos na academia, nada parecido com a rotina de jogador. Tanto que a primeira conclusão depois de iniciar as atividades pelo Atlético Roraima foi a seguinte: "Um pouco do físico eu tinha, faltava capacidade pulmonar." Ele já faz trabalhos com bola, atuou o tempo todo de um coletivo nesta semana e evolui aos poucos. "Vamos ser realistas? Eu não vou chegar a 100% do que jogava. Mas em 80%, 85% eu vou chegar. E aí vai para a parte técnica, que a gente não esquece. Meu futebol estava hibernando, tem que despertar de novo."

O grande desafio, segundo ele, nem é recuperar a forma. É lidar com o sol roraimense. Ontem fez 35º no Estado.