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Edinho lembra carga por ser filho de Pelé e alega inocência após condenação

Edinho de volta ao Santos - Divulgação/Santos FC
Edinho de volta ao Santos Imagem: Divulgação/Santos FC

Colaboração do UOL, em São Paulo

16/02/2020 01h20

Ex-goleiro e atual coordenador técnico e de desenvolvimento das categorias de base do Santos, Edinho falou, durante o Bola da Vez deste sábado, sobre a 'carga' que suportou por ser filho de Pelé. Recordando o início da carreira no futebol, o ex-jogador explicou como o peso se tornou motivo de orgulho, além da influência do pai neste processo.

"Foram momentos distintos. Até eu conseguir responder a todas às dúvidas, aos questionamentos, isso acabou sendo uma carga muito grande, porque eu era praticamente um desconhecido no cenário do esporte brasileiro, como atleta. Cheguei dos Estados Unidos para jogar no gol, não tinha o perfil, isso é óbvio, então tinham questionamentos de que eu só estava lá por ser filho do Pelé, que ele forjou uma oportunidade. E não podia ser mais diferente. Meu pai nunca interferiu na minha carreira, só torceu muito por mim. Ia para o estádio me ver jogar", recordou Edinho.

"A partir do momento que eu tive a oportunidade de jogar, e responder a todas as dúvidas com o meu futebol, aí o peso se tornou motivo de orgulho, e acabou valorizando ainda mais o feito. Conquistei o respeito da mídia, do torcedor, até do torcedor adversário. A partir dali, que era motivo de orgulho, já não tinha mais aquele peso, simplesmente carregava o nome da família", completou.

Afirmando que a mudança ocorreu ainda na Portuguesa Santista, o ex-jogador contou como se inspirou no tricampeão mundial para se superar.

"Para mim, foi na primeira oportunidade que eu tive de jogar, na Portuguesa Santista, a primeira equipe que eu fui titular. Eu sempre absorvi toda essa questão internamente e usava como combustível para treinar e me dedicar. Eu tenho ele (Pelé) como referência também. O meu pai é um exemplo em todos os sentidos, mas, principalmente, na superação. (...) Essa postura para se condicionar foi o que me inspirou acima de tudo nele. A única forma de melhorar a minha chance era com dedicação", falou.

E a trajetória do filho do atleta do século poderia ter sido diferente. Atuando longe da meta adversária, Edinho revelou arrependimento por não ter se arriscado como camisa 10, responsável por consagrar o pai:

"Nunca tentei. Hoje, confesso que tenho uma pulguinha de arrependimento. Ao longo da minha carreira, treinei na linha e acabei me revelando um bom jogador. Acho que poderia ser um camisa 10 de destaque, e todos com quem convivo falam o que eu fui fazer no gol".

Condenação por lavagem de dinheiro

Além da carreira e sua relação do Pelé, Edinho também falou sobre a condenação por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Cumprindo o restante dos 12 anos e 11 meses de pena em regime aberto, o ex-jogador se declarou inocente, mas disse ter consciência de que seu comportamento proporcionou o episódio.

"As minhas companhias levaram a acontecer tudo que aconteceu comigo, através da minha conduta, do meu comportamento. Eu faço uma distinção muito clara. Eu sou inocente, não cometi crime nenhum, e até hoje não se materializou nenhum crime cometido pelo Edinho. Infelizmente, a nossa justiça é muito complicada, e é uma situação que está acontecendo", afirmou.

"Uma coisa é em relação à Justiça, que eu sou inocente, não cometi nenhum crime, mas eu tenho consciência de que o meu comportamento proporcionou este episódio. Todos na vida erram, o importante é levantar, olhar no espelho, ser transparente e, a partir daí, seguir a vida. Categoricamente, afirmo que nunca houve, não fiz e nunca houve nenhuma evidência de que isso foi feito", completou.