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Fracasso em competições nacionais derruba projeto para base do Coritiba

Revelado pelo Coritiba, Matheus Cunha foi artilheiro da seleção sub-23 - Divulgação/Coritiba FC
Revelado pelo Coritiba, Matheus Cunha foi artilheiro da seleção sub-23 Imagem: Divulgação/Coritiba FC

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/02/2020 09h46

Os seguidos fracassos nacionais trouxeram uma conta extra para o Coritiba pagar. Sem conseguir sustentar uma posição acima do top 20 no ranking nacional de clubes da Confederação Brasileira de Futebol, o Coxa vê suas categorias de base alijadas de competições importantes. A eliminação na Copa do Brasil amplia o problema para além dos R$ 7 milhões de perda de arrecadação projetada.

Vigésimo quarto colocado no ranking para 2020, o Coritiba tem uma distância de 745 pontos para o Goiás, que ocupa a 20ª posição. A eliminação na primeira fase da Copa do Brasil dará ao Coxa apenas 15 pontos pela participação, a mesma pontuação de 2019 para esse torneio. Acima, Goiás, Ponte Preta, e Fortaleza, que entra nas oitavas, já estão melhores qualificados e somarão mais pontos que o clube paranaense nesta temporada - a exceção é o Avaí, eliminado e melhor ranqueado.

A primeira consequência já ocorreu: a CBF excluiu o Coritiba do Campeonato Brasileiro Sub-17, que começa em março. Serão 20 clubes e 15 datas envolvendo os 20 primeiros colocados do ranking nacional. Em 2019, o Coxa jogou a competição como 20º colocado do ranking e não passou da primeira fase do torneio, vencido pelo Flamengo.

Em maio, a Confederação dará início ao Brasileiro Sub-20 e também ao Brasileiro de Aspirantes. Nas duas competições, embora os participantes ainda não tenham sido confirmados, o mesmo critério de qualificação deve ser usado.

Para mudar o quadro em 2021, o Coritiba terá de fazer uma Série A em que possa ao menos descontar pontos de Fortaleza e Goiás, que também disputam a competição em 2020. No ano passado, os cearenses terminaram na nona posição, enquanto os goianos ficaram na décima, somando 2.600 e 2.560 pontos, respectivamente. Terceiro na Série B, o Coxa somou 1.500.

Base é a quarta mais usada do Brasil, diz estudo

Eleito para suceder Rogerio Bacellar em 2017, o atual presidente Samir Namur assumiu o cargo prometendo "valorização da base", o que acontece de forma gradual no clube. Ainda assim, vários destaques têm deixado o Coritiba antes mesmo de jogarem pelo profissional. Um estudo da Pluri Consultoria apontou o Coxa como o quarto clube que mais dá tempo de jogo a atletas oriundos da base nas últimas cinco temporadas, atrás de Santos, Athletico Paranaense e Fluminense. No time titular que conseguiu o acesso para a Série A em 2019, porém, apenas o atacante Igor Jesus era presença constante.

O atacante Matheus Cunha, artilheiro do pré-olímpico com a seleção brasileira neste início de 2020, foi formado no Coritiba, onde chegou aos 14 anos. Vendido para o Sion da Suíça em 2017, jamais atuou pelo time profissional. Aos 20 anos, foi destaque no Red Bull Leipzig, da Alemanha, pelo qual marcou 18 gols - um deles indicado ao Prêmio Puskás.

Quem pode seguir esse caminho é Yan Couto, campeão mundial Sub-17 pelo Brasil. Negociando com o Manchester City, o lateral-direito jamais atuou pelo time principal - pode fazê-lo no restante do semestre, caso feche o negócio, pois só poderá embarcar para a Inglaterra após fazer 18 anos, a serem completados na janela de verão dos europeus, em junho.

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