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Jogadora ex-Corinthians em Wuhan faz apelo ao governo para deixar a China

Millene durante o Prêmio Brasileirão, da CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Millene durante o Prêmio Brasileirão, da CBF Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Do UOL, em São Paulo

31/01/2020 10h55

A jogadora de futebol Millene, ex-Corinthians, foi pega de surpresa pelo avanço do coronavírus na China. Ela chegou para assinar contrato com seu novo clube no dia 16 de janeiro, e logo depois a China tomou medidas para fechar aeroportos e manter as pessoas em casa, principalmente no foco central da doença, Wuhan, justamente onde a brasileira está.

Agora, Millene apela ao governo federal para que ela e mais 32 brasileiros que estão na cidade - que, segundo ela, não tem sintomas - recebam ajuda para retornar ao Brasil.

Millene, que foi eleita melhor jogadora do Campeonato Brasileiro de 2019, assinou com o Wuhan Xinjiyuan, mas a situação a deixa agoniada. Ela chega a falar em "desespero" ao olhar pela janela e ver as ruas vazias.

Em entrevista ao Encontro, com Fátima Bernardes, na TV Globo, ela contou que hoje completa 12 dias sem poder sair de casa.

"Graças a deus eu estou bem, claro que muito preocupada com o momento que a gente está vivendo na China. Mas, em questão de saúde, estou bem no momento", disse, a Fátima.

Coronavírus liga alerta pelo mundo

"Eu cheguei e estava tudo normal, comecei o procedimento do meu contrato e ao passar de alguns dias começou a turbulência do vírus. Fui pega de surpresa e começou toda essa preocupação", relatou Millene. "Não temos conseguido vivenciar muito [as notícias]. A TV chinesa, a gente não consegue acompanhar. Acompanho muito o que vem pelo Brasil, é uma situação muito triste e um momento de preocupação."

Millene apela ao governo brasileiro, já que ainda não há plano de evacuação na região de Wuhan.

"Temos 32 brasileiros aqui e todos pedem para que seja um momento de apoio do nosso governo brasileiro, pra que a gente consiga sair daqui. Sem dúvida, eu gostaria de voltar ao Brasil. O desejo é muito grande de poder deixar a cidade, mas, para isso, a gente depende muito do governo brasileiro. Sem essa possibilidade, não temos outra forma de sair daqui. Somos 32 brasileiros, sem sintomas e queremos voltar o mais rápido possível para casa", afirmou a atacante.

Millene disse que não tem enfrentado problemas quanto à alimentação, pois seu clube tem lhe auxiliado, mas que ficar parada, sem treinar, tem lhe afetado.

"Olhar pela janela e não ver ninguém na rua deixa a gente no desespero, preocupadas. No meu caso, vim realizar um sonho, jogar futebol, então ficar presa num apartamento não está sendo fácil", concluiu.