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Votação de reforma do estatuto divide conselho do Vasco e gera suspeitas

R. Monteiro (presidente do Deliberativo), Campello (presidente do Vasco) e Edmilson Valentim (presidente do Fiscal) - Paulo Fernandes / Vasco
R. Monteiro (presidente do Deliberativo), Campello (presidente do Vasco) e Edmilson Valentim (presidente do Fiscal) Imagem: Paulo Fernandes / Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/01/2020 17h47

A reunião do Conselho Deliberativo do Vasco, que acontecerá a partir das 20h de hoje (29) na sede náutica da Lagoa (RJ), tem movimentado os bastidores políticos do clube. Com temas muito importantes, como a proposta de reforma do estatuto e a ata de aprovação das eleições diretas, ela tem dividido os conselheiros e gerado suspeitas.

Nas últimas 24 horas, a maioria dos grupos políticos já se posicionou a favor ou contra às mudanças de algumas das regras máximas que regem o clube. Além disso, o Conselho de Beneméritos encaminhou ontem (28) a aprovação da proposta.

Até o momento o cenário, levando em consideração as posições oficiais, está da seguinte forma:

Grupos políticos / Conselho de Beneméritos

Ao Vasco Tudo - contra

Desenvolve Vasco - contra

VascoMed - contra

Confraria - contra

Guardiões da Colina - contra

PetroVasco - contra

Avante Gigante - contra

Cruzada Vascaína - contra

Sempre Vasco - contra

Fuzarca - a favor

Casaca - a favor

Conselho de Beneméritos (total de 150 conselheiros) - a favor

*Grupo Identidade Vasco ainda não se posicionou oficialmente, mas deverá votar a favor

Por qual motivo votarão contra?

A maioria dos grupos políticos votará contra, mas por qual motivo?

Desconsiderando as particularidades de cada um, os principais itens que os motivaram a ficarem contrários à reforma são o aumento do tempo associativo para se tornar elegível e eleitor, o aumento dos requisitos para a candidatura à presidência e a extinção da categoria sócio-geral, que é um plano "mais popular" que dá direito a voto.

E o que propõem estes itens?

Na proposta elaborada pela comissão de reforma do estatuto, se prevê um aumento de um para dois anos de associação para ter direito a voto, e de cinco para sete anos para se tornar elegível.

Na contrapartida da exclusão da categoria sócio-geral, se propõe a redução do título de sócio-proprietário, que hoje é de R$ 2,5 mil. A sugestão é que não exceda um salário mínimo.

O ponto elogiado da proposta, mas que não foi suficiente para convencê-los a votarem a favor, foi a determinação para que os administradores sejam responsabilizados em caso de gestão temerária.

Forma como transcorrerá terá peso

Outro ponto importante na reunião do Conselho Deliberativo de hoje será a forma como o presidente do órgão, Roberto Monteiro, transcorrerá a sessão. Se decidir pela votação em bloco, a tendência é por uma desaprovação grande nos votos. Porém, caso ele opte por desmembrar o pleito por temas, há a possibilidade de mudança de rota de alguns dos grupos políticos.

As suspeitas

No início da tarde de hoje, cresceu entre os grupos a suspeita de que há um movimento nos bastidores para que haja um convencimento aos beneméritos de que não compareçam na reunião, com o objetivo de que o quórum qualificado não seja atingido. Explica-se:

Para que a proposta da reforma do estatuto seja colocada em votação, se faz necessária a presença de ao menos 151 conselheiros.

Alguns grupos entendem que o movimento tem a intenção de barra a aprovação da ata do dia 4 de dezembro, que aprovou as eleições diretas no clube.

A maioria, porém, se baseia no artigo 79 do estatuto, em seu parágrafo 1º, para afirmar que no caso específico da ata das eleições diretas, bastam apenas 50 conselheiros, que é o número mínimo para decretar a abertura da sessão.

No entender deles, o quórum qualificado é única e exclusivamente uma exigência para a pauta da reforma do estatuto.

Outro ponto em que eles se escoram é a própria convocação da reunião, feita pelo presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, e que coloca a ata das eleições diretas como primeiro item.

Interpretações à parte, os grupos políticos têm feito contas em relação à presença dos conselheiros.

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